Vivo e Oi confirmam ativação de SDN e NFV até 2017

Da redação – 20.10.2016 – 

Representantes das duas operadoras confirmaram os investimentos em infraestrutura de rede durante a Futurecom 2016, evento que termina hoje em São Paulo.

As duas operadoras devem começar a implementar as tecnologias de redes definidas por software(SDN) e de virtualização de funções de rede (NFV) até o final de 2017. O anúncio foi feito ontem, em uma das mesas redondas da Futurecom, reunindo várias empresas do segmento.

Pressionadas pela rápida mudança de perfil dos clientes, as duas empresas buscam por uma “transformação digital”. Segundo elas, tal transformação só poderia ser alcançada com a adoção das tecnologias, que permitem a oferta de novos serviços, como rede sob demanda em um tempo muito menor – o que hoje é feito em muitos dias, passa a ser feito em apenas algumas horas.

Para alcançar o objetivo, as mudanças começam desde já na Vivo, com modificações internas, estruturação de equipes e estudos para a implementação das duas tecnologias. “A migração para SDN e NFV será incorporada, mas trata-se de uma operação complexa, porque você tem que mudar para ofertar mais serviços e atender as demandas, mas ao mesmo tempo precisa continuar a operação da rede legada”, disse Pablo Ernesto Larrieux, responsável pela Área de Produtos B2B da Vivo.

“Já estamos no momento em que escolhemos os fornecedores e a partir daí, vamos dar um grande passo, principalmente com SDN, para a melhoria da gestão de rede já no próximo ano”, completou. Com isso, Larrieux espera iniciar a comercialização de novos serviços aos clientes já no segundo semestre de 2017.

A Oi, por sua vez, encontra-se na fase de organização e definição de estratégias para a implantação das novas formas de rede, de acordo com Raffael Malta, gerente de Marketing de Dados B2B da operadora. Para o especialista, é preciso primeiro entender quais serviços digitais são mais demandados pela carteira de clientes da Oi e como ofertá-los sem comprometer a rede legada da companhia. “Estamos na fase do ‘como’ e só quando definirmos isso partiremos para o ‘quando’. Mesmo assim, nossa intenção é prover serviços digitais também em 2017”, comentou.

Para que a implementação do SDN e do NFV ocorra sem grandes traumas, as duas operadoras consideram instalar os novos modelos sem se desfazerem de suas redes legadas, ou seja, aquelas que ambas já possuem espalhadas pelo país. A ideia, então, é avançar com novas ofertas e manter os serviços antigos ao mesmo tempo. “Tudo depende dos fornecedores de tecnologia, do que eles nos aconselham. O desafio é mostrar ao cliente que preciso de uma nova rede para atendê-lo, mas que o legado é essencial para que isso aconteça”, ponderou Malta, da Oi.

Rede legada vs Redes SDN e NFV

As empresas de tecnologia presentes na mesa redonda (Ciena, Ericsson, Coriant, Accenture e Everis) reforçaram o desafio de integrar a rede legada. A melhor maneira, na opinião delas, é seguir a implementação misturando os dois tipos de rede.

Segundo Patrícia Vello, diretora de Contas da Ciena, as questões levantadas pela Vivo e Oi são dúvidas comuns no setor. Para a especialista, considerar o SDN, por exemplo, para uma rede totalmente nova não seria viável, por conta do tempo de implementação. “O sucesso dessa instalação vai depender da identificação de qual parte da rede legada é nova o suficiente para adaptações com a tecnologia e qual parte dela é antiga a ponto de não suportar essa transformação”, explica.

Para Luciano Moyano Santana, responsável pela Área de Operações e Redes da Everis, além de estudar a infraestrutura legada é preciso antes entender o que as operadoras querem com a instalação de novos serviços e quais as necessidades dos clientes de cada uma. Adicionalmente, Coriant e Ericsson ressaltaram a necessidade de soluções para o gerenciamento dessa rede mista.