Combustíveis fósseis perdem US$ 5 trilhões em investimentos

Da Redação – 16.12.2016 – A quantidade de investimentos que deixou de ser aplicado em combustíveis fósseis e passou a ser aplicado em energia limpa triplicou nos últimos 15 meses e hoje soma quase US$ 5,2 trilhões. É o que publicou nesta semana uma nova análise divulgada por Arabella Advisors, que inclui 688 instituições e […]

Por Redação

em 16 de Dezembro de 2016

Da Redação – 16.12.2016 –
A quantidade de investimentos que deixou de ser aplicado em combustíveis fósseis e passou a ser aplicado em energia limpa triplicou nos últimos 15 meses e hoje soma quase US$ 5,2 trilhões. É o que publicou nesta semana uma nova análise divulgada por Arabella Advisors, que inclui 688 instituições e 58,4 mil pessoas, distribuídas em 76 países.

De acordo com o relatório, os setores que historicamente impulsionaram o movimento, como universidades, fundações e organizações religiosas, respondem por 75% dos novos compromissos assumidos. Eles mostraram seu apoio ao tema em uma conferência de imprensa internacional e realizada simultaneamente em Nova York e Londres. Entre os entrevistados estava ex-executivo da Mobil Oil, Lou Allstadt, que ajudou a implementar a fusão da Exxon-Mobil.

“Um ano após a adoção do histórico Acordo Climático de Paris, está claro que a transição para um futuro de energia limpa é inevitável, benéfico e em andamento, e que os investidores têm um papel fundamental a desempenhar”, disse o secretário-geral da ONU, Ban Ki-moon . “Eu elogio o anúncio de que um número crescente dos investidores está apoiando o afastamento das fontes de energia mais intensivas em carbono em favor de fontes energia seguras e sustentáveis. Investir em energia limpa é a coisa certa a fazer – e a maneira esperta de construir a prosperidade para todos, protegendo o nosso planeta e garantindo que ninguém seja deixado para trás. ”

“No momento em que o ano mais quente na história chega ao fim, torna-se inegável o sucesso do movimento mundial de desinvestimento dos combustíveis fósseis. O que começou em alguns campus universitários nos Estados Unidos se espalhou para todos os cantos do mundo e diretamente para o mainstream financeiro. O desinvestimento tem permeado todos os setores da sociedade: desde universidades e fundos de pensão, até instituições filantrópicas e culturais, cidades, grupos religiosos, companhias de seguros e muito mais. Agora, ao atingir US$ 5 trilhões, o movimento não poderá ser detido. As instituições e os investidores devem escolher se estão do lado certo da história”, disse May Boeve, diretora executiva da 350.org, a organização cujos membros lideraram a campanha de desinvestimento.

De acordo com os envolvidos, o apoio ao movimento pelos early adopters está sendo cada vez mais equiparado pelo apoio de instituições voltadas para o lucro, como grandes fundos de pensão, seguradoras privadas e bancos, que representam US$ 4,5 trilhões em ativos, citando riscos climáticos para suas carteiras de investimento.

À medida que mais instituições financeiras se comprometem a desinvestir, a indústria enfrenta um escrutínio maior. “A indústria de petróleo e gás está atualmente experimentando um nível sem precedentes de fatores negativos – de lucros reduzidos a um aumento de empréstimos para pagar dividendos – enquanto os custos de energia solar, eólica e baterias continuam a cair. O fiduciário prudente está agindo agora para reduzir o risco de seus portfolios. O desinvestimento está acelerando a contabilidade final que mostrará que os combustíveis fósseis estão fora e a energia limpa está dentro”, declarou Lou Allstadt, ex-vice-presidente executivo da Mobil Oil.

“Os mercados financeiros estão rapidamente perdendo a confiança nos combustíveis fósseis. Uma revolução tecnológica está em andamento nos setores de energia e transporte, com a energia solar e os carros elétricos mais baratos cortando a demanda por carvão e petróleo. Com o clima representando um risco triplo – físico, ativos sobrevalorizados e a ameaça de responsabilidade legal – os fiduciários estão agora em alerta para implementar medidas para proteger suas carteiras. Com o passar do tempo, o gerenciamento do risco climático provavelmente se tornará obrigatório, já que os reguladores dos mercados financeiros estão prontos para passar da retórica à ação dura”, disse Mark Campanale, fundador e diretor executivo da Carbon Tracker Initiative.