Concreto biológico melhora eficiência de paredes vivas

Da Redação – 27/01/2017 – Além de facilitar o desenvolvimento de vegetação em sua superfície, sem os danos colaterais decorrentes da umidade, o material acelera a fotossíntese e retém o CO2 gerado no processo. Uma pesquisa apresentada, no final do ano do ano passado, pelo Grupo de Tecnologia de Estruturas da Universidade Politécnica da Catalunha, […]

Por Redação

em 27 de Janeiro de 2017

Da Redação – 27/01/2017 –

Além de facilitar o desenvolvimento de vegetação em sua superfície, sem os danos colaterais decorrentes da umidade, o material acelera a fotossíntese e retém o CO2 gerado no processo.

Uma pesquisa apresentada, no final do ano do ano passado, pelo Grupo de Tecnologia de Estruturas da Universidade Politécnica da Catalunha, na Espanha, promete melhorar a implantação de paredes verdes – ou vivas, já que suportam a vegetação em sua superfície – um item importante na definição de edificações sustentáveis. Trata-se de um concreto biológico, que facilita a proliferação de micro-organismos vivos, como microalgas, fungos, musgos, liquens e outros, otimizando a instalação da camada vegetal.

Isto porque, apesar de reduzir a carga térmica sobre a estrutura, as paredes vivas exigem maior cuidado com manutenção, pois desenvolvem patologias em função do acúmulo de umidade em sua estrutura. Com a utilização de um cimento especial, para controlar a acidez da mistura, os pesquisadores conseguiram criar um concreto que facilita o desenvolvimento desses organismos vivos sem impacto negativo à estrutura.

As pesquisas envolveram o uso de um cimento Portland tradicional carbonatado, de forma a obter um pH em torno de 8, e um cimento à base de fosfato de magnésio, que é um aglomerante e dispensa tratamento para a redução do pH. Para facilitar o desenvolvimento das colônias de micro-organismos, os pesquisadores também controlaram a rugosidade e porosidade do concreto.

Ao atuar como um suporte natural para o crescimento da vegetação, o material acelera a fotossíntese das plantas e retém o CO2 gerado nesse processo, em mais um ganho ambiental oferecido pela tecnologia. Já no âmbito construtivo, ele foi concebido em três camadas: uma interna, que atua como selante e impede a passagem da umidade para as estruturas da edificação, outra intermediária, onde o concreto biológico facilita o desenvolvimento das raízes das plantas, e a camada externa, que age como impermeabilizante e isolante térmico.

O processo já foi patenteado e a universidade catalã firmou parceria com uma empresa para a produção de painéis de concreto biológico, destinados à implantação de fachadas com paredes vivas, que devem chegar ao mercado no prazo de um ano. Segundo os pesquisadores, o material não pode ser utilizado como elemento estrutural nas edificações. Já o seu bom desempenho está associado à utilização de espécies vegetais típicas de climas temperados, que não suportam baixas temperaturas por muito tempo.

A primeira aplicação prática do material será na fachada do centro cultural aeronáutico El Prat de Llobregat, em Barcelona, cujos painéis arquitetônicos convencionais serão trocados por painéis à base de concreto biológico.