Da Redação – 15.02.2017 –
Nicho de semipesados no Peru e ampliação da rede no Chile estão entre os destaques. Operação brasileira continua importante, com investimentos de R$ 900 milhões entre 2017 e 2019.
Os vizinhos latino-americanos equilibraram os resultados da Volvo em 2016, segundo avaliação da equipe executiva da empresa. Liderados pelo presidente da subsidiária brasileira, Wilson Lirmann, eles detalharam os resultados das áreas de caminhões, ônibus, motores e a de serviços financeiros, incluindo operações bancárias, de consórcios e de seguros, ontem em São Paulo. Globalmente a Volvo faturou 33,7 bilhões de dólares. Na América Latina os investimentos previstos para o período de 2017-19 incluem R$ 1 bilhão, dos quais 90% serão aplicados no Brasil. O R$ 100 milhões restantes vão outras regiões, com destaque para a ampliação da rede de concessionárias no Chile.
Em todos os segmentos, os vizinhos aparecem com destaque, inclusive no segmento de motores industriais, onde fazendas de camarão no Equador equilibraram o resultado do segmento. O Peru também surpreendeu, dobrando a participação de semipesados para 6,1% do mercado e a marca continua líder na área de pesados, com market share de 28,2%. Nesse nicho, aliás, a Volvo também mantém sua liderança no Brasil, com 28%. Na América Central, as iniciativas de mobilidade urbana podem melhorar os resultados para 2017. Mesmo na Argentina – que apresentou retração no mercado de caminhões, de 12 mil para 10 mil em 2016 – a Volvo dobrou sua participação de 8% para 16%.
Mundialmente, o segmento de caminhões puxa as vendas da Volvo (66% do total). Como já citado acima, a estratégia da empresa é manter a liderança na área de pesados (acima de 40 toneladas), nos níveis entre 27% e 28%. Acima disso, a avaliação é que a empresa precisaria “comprar” mercado, o que não está em seus planos. As exportações da empresa registraram um aumento de 30% nesse segmento e representaram 42% das vendas, o que confirma como o mercado externo equilibrou os resultados locais. Outro foco de atuação é a venda de serviços, incluindo peças e seguros, trabalhados em pacotes.
Hoje, 54% dos caminhões saem da fábrica com plano de manutenção contratado. Já os serviços de monitoramento remoto chegam a quase 4 mil veículos, dos quais cerca de metade no Brasil, ajudando a modelar pacotes de seguros mais flexíveis para os compradores. Apesar de ainda restrito, a oferta de monitoramento eletrônico cresceu 60% no ano passado, um indicativo – para a Volvo – de que os frotistas querem se concentrar em sua operação central, deixando a manutenção, inclusive com inputs de telemática, para a empresa.
No caso dos ônibus (mundialmente o terceiro negócio da corporação, com 8% das vendas), 36% saem da fábrica da Volvo com serviços de manutenção contratados. As exportações também pesaram positivamente, com 61% das negociações (em 2012 eram 40%). A novidade é “marquetear” o conceito de veículos interconectados, ou seja, a integração de tecnologias como telemática e eletrônica embarcada, além de avanços como geração híbrida, que juntas podem melhorar a operação de frotas urbanas. A expectativa da empresa é vender 1,5 mil veículos na América Latina, sendo 700 no Brasil, em 2017. Assim como no caso de caminhões, a previsão da Volvo varia entre manter os números de 2016 até um incremento de 10%. O Peru também ganhou destaque e a marca teria 65% de market share, sendo que na área rodoviária esse índice chega a 30%
Com um ano complicado, as iniciativas de financiamento da Volvo também aumentaram. Em 2016, a Volvo Financial Services financiou aproximadamente 50% das vendas de produtos da companhia. O consórcio, por sua vez, chegou a R$ 1,15 bilhões em novos créditos (5% de aumento). Cada seis de 10 caminhões é financiado pela empresa e cada 8 de 10 chassis vendidos é financiado pelo banco da montadora.