Da Redação – 12/07/2017 –
Juntamente com a dragagem na bacia de evolução, as obras aumentam a capacidade de um porto que prevê um crescimento de 20% na movimentação de contêineres.
Com a liberação de uma verba de 18,8 milhões de reais pelo Ministério dos Transportes, Portos e Aviação, o Porto de Itajaí, em Santa Catarina, retomou as obras de realinhamento e reforço do berço 3, que estavam paralisadas desde maio de 2016. Na última terça-feira (11), a administração portuária assinou a ordem de serviços para a realização dessas obras, que apresentam um avanço de 90% e devem ser concluídas até novembro deste ano. O contrato inclui ainda a retomada de estudos para a retificações no berço 4 do porto, cujo término está previsto para maio de 2018.
A iniciativa, segundo Marcelo Werner Salles, superintendente do Porto de Itajaí, tem o objetivo de aumentar a capacidade de atracação de navios, uma medida necessária diante da programação de crescimento de 20% na movimentação de contêineres. Com 210 metros de comprimento, o berço 3 requer a reforma de suas 10 defensas e 10 cabeços, estruturas que têm a função de absorver o impacto das embarcações junto ao costado do cais, no momento das atracações e desatracações. O contrato inclui ainda a fabricação de 150 metros cúbicos de concreto de paramentos pré-moldados.
Para a execução dos serviços, serão utilizados dois flutuantes, um rebocador, um guindaste de 250 toneladas de capacidade e um guindaste de 75 toneladas. A empreiteira contratada também deverá realizar ensaios de perfuração de lajes no berço 4, cujas obras de retificação estão com 50% de avanço. A paralisação dos serviços nesse berço, que tem 280 metros de comprimento, foi ocasionada por outro motivo, além da falta de recursos federais: durantes as obras, foram encontradas lajes submersas, com 40 centímetros de espessura, que inviabilizaram o prosseguimento dos trabalhos.
A hipótese é que essas estruturas submersas são remanescentes de um desmoronamento ocorrido na década de 1980. Para prosseguir na retificação do berço 4, é necessário a realização de testes de perfuração, de forma a garantir que elas sustentarão as estruturas a serem implantadas. Com a modernização dos dois berços, o Porto de Itajaí passará a contar com um total de 490 metros de cais modernizados, aptos a receber embarcações de grande porte.
A iniciativa complementa outro projeto em implantação pelo Porto de Itajaí, que é a dragagem da bacia de evolução, com o objetivo de se capacitar a receber navios de maior calado, com até 366 metros – o limite atual é de embarcações de até 306 metros. Desde o mês de maio, a draga chinesa Xin Hai Niu trabalha no desassoreamento do rio Itajaí-Açu para restabelecer a profundidade de sua calha a 14 metros, que foi reduzida desde as enchentes ocorridas na região em 2015.
A expectativa é que as duas medidas – a reforma dos berços e a dragagem da bacia de evolução – aumentem a competitividade do Porto de Itajaí. As projeções da autoridade portuária são de que a movimentação de contêineres cresça cerca de 20% com a retomada das operações do terminal privativo da APM. Paralisado há dois anos, ele deverá retomar as atividades em setembro, atingindo uma movimentação de quatro mil contêineres por mês em abril do próximo ano, atendendo rotas de importação e exportação com a América do Sul, China, Coreia do Sul e sudeste asiático.