Chinesa CCCC avança no projeto da Malha Sul

Da Redação – 31/07/2017 – Após adquirir a construtora Concremat e um terminal de cargas no Porto de Itaqui (MA), a gigante chinesa prepara a proposta para compra da ferrovia da Rumo Logística. A China Communications Construction Company (CCCC), gigante chinesa da área de infraestrutura e construção pesada, não para de dar mostras de seu […]

Por Redação

em 31 de Julho de 2017

Da Redação – 31/07/2017 –

Após adquirir a construtora Concremat e um terminal de cargas no Porto de Itaqui (MA), a gigante chinesa prepara a proposta para compra da ferrovia da Rumo Logística.

A China Communications Construction Company (CCCC), gigante chinesa da área de infraestrutura e construção pesada, não para de dar mostras de seu apetite pelo mercado brasileiro. Após adquirir o controle de 80% da construtora Concremat, em 2016, e do projeto de um terminal para movimentação de fertilizantes e granéis sólidos no Porto de Itaqui (MA), já este ano, a empresa está agora finalizando as tratativas para aquisição de Malha Sul da rede de ferrovias da Rumo Logística.

O apetite da CCCC pelo segmento de ferrovias já era do conhecimento do mercado, inclusive com seu interesse manifestado em participar dos leilões de concessão previstos para este setor. Entretanto, notícias veiculadas na imprensa indicam que a empresa já estaria realizando um inventário desse trecho ferroviário, com visitas de técnicos ao local, para apresentar uma proposta de aquisição à Rumo ainda no mês de agosto. O valor do negócio estaria condicionado aos dados coletados nesse levantamento, incluindo os detalhes do contrato de concessão junto ao governo Federal.

A Malha Sul da Rumo compreende uma rede de transporte ferroviário de cargas que se estende pelos estados do Rio Grande do Sul, Santa Catarina, Paraná e parte de São Paulo. Em sua estratégia, a CCCC estuda a aquisição dos ativos em joint-venture com a australiana Macquire e o banco de investimentos Modal, que responde por sua assessoria financeira no Brasil.

Com um faturamento global de cerca de 60 bilhões de dólares por ano, a CCCC avança em seu projeto de internacionalização com investimentos pesados fora da China. A empresa detém projetos imobiliários nos Estados Unidos e de infraestrutura em vários países asiáticos, além de estar presente em muitas obras na África. No Brasil, ela investiu 350 milhões de reais na aquisição da Concremat e planeja aportar 1,7 bilhão de reais na implantação do terminal de cargas no Porto de Itaqui.

Alguns meses atrás, em visita ao Brasil, seus executivos admitiram dispor de 40 bilhões de reais em caixa para investimento em projetos de infraestrutura no país. Dessa forma, discretamente, ao melhor estilo chinês, a CCCC se prepara para ocupar uma posição estratégica no mercado brasileiro de infraestrutura, no vácuo deixado pelos tradicionais investidores desse setor, que atualmente se debatem para sobreviver às investigações de corrupção da Operação Lava-Jato.