Por Nelson Valêncio – 13.09.2017 –
Empresa cria um ecossistema para desenvolvimento de soluções, inclusive para cidades inteligentes, mobilidade urbana e infraestrutura social
Com uma dezena de parceiros integrados ao seu ecossistema de Internet das Coisas (IoT), o CPqD não vê limite para a participação de desenvolvedores agora que acaba de lançar a primeira plataforma aberta desse gênero no país, a Dojot. Segundo Leonardo Mariote, diretor da área de conectividade da empresa, a Dojot funciona como um sistema operacional aberto e que abrevia o desenvolvimento de soluções que usam Internet das Coisas. Nesse modelo de negócio, o CPqD ganharia ao oferecer mais serviços aos prováveis parceiros, que podem ir desde estudantes de universidades até pequenas empresas que atuam em nichos.
Descendo para o nosso mundo de infraestrutura já existem testes que devem ser transformados em provas de conceitos para prováveis produtos de mercado. É o caso de uma empresa especializada em bilhetagem eletrônica em frotas de transporte público. Embora colete dados diariamente a partir do bilhetador, esse sistema apenas informa a entrada do passageiro. Com o sistema em desenvolvimento, o parceiro do CPqD deve usar câmeras para ter dados de entrada e de saída do passageiro – via reconhecimento facial – montando um histórico que pode determinar o melhor uso da frota de acordo com a demanda diária em cada ponto de parada.
Outro desenvolvimento provável envolve saneamento básico, mais especificamente a questão de perdas técnicas. “Muitas prefeituras tem departamentos municipais de água e esgoto e possuem uma macromedição bem instalada, mas enfrentam perdas na rede”, argumenta Mariote. Segundo ele, a instalação de sensores em pontos estratégicos da infraestrutura de abastecimento de água pode fornecer uma avaliação estatística que ajudaria as prefeituras a reduzir perdas. “Esse é um exemplo claro de como funciona nosso ecossistema de IoT. Com a Dojot um desenvolvedor pequeno e focado em nicho pode criar uma solução de coleta e de interpretação de dados que pode ser replicada para várias cidades”, complementa.
De olho nisso, o CPqD estabeleceu uma ponte com a Associação Paulista de Municípios para identificar oportunidades, a IMA (Informática de Municípios Associados), empresa da prefeitura de Campinas especializada em tecnologia da informação. A plataforma Dojot foi adotada pela IMA como base para implantação do conceito de cidades inteligentes e tem, entre os testes em andamento, um sistema que integra informações de hospitais e centros de saúde.
Na prática, o CPqD já possui projetos reais, incluindo o sistema de telegestão de iluminação pública com a Exati, de Curitiba., que é um dos parceiros de IoT. Agora, a ideia é que as duas empresas passem a receber vários aplicativos que podem “rodar” na plataforma Dojot. Em tempo: o nome da plataforma é uma combinação do termo Dojo, um dos encontros típicos de programadores, com o T de Internet das Coisas (IoT). O i foi substituído pelo J (que tem o mesmo som de i em várias línguas).