Da Redação – 18.09.2017 –
Com ativação da subestação de Morro Agudo, 33 usinas sucroenergéticas da região de Ribeirão Preto poderão entrar na rede da concessionária
O governo paulista mapeou as 201 usinas de açúcar e álcool, indicando seu potencial de geração de energia por meio de bagaço de cana, um das modalidades de biomassa. Bom, 33 delas estão a 100 km de Morro Agudo, onde a CPFL acaba de inaugurar uma subestação onde foram investidos R$ 100 milhões, mesmo valor que a empresa aplicou em reforços e melhorias das linhas de distribuição e transmissão para interligar a produção excedente das usinas. Da produção total de energia, as usinas devem consumir 735 MW e “exportar” 765 megawatts (MW). Somente na região de Morro Agudo, o excedente seria de 227 MW, o que equivaleria à demanda anual de uma cidade de 600 mil habitantes.
“Com essa nova subestação as usina de cana-de-açúcar da região terão a possibilidade de ampliar a produção de energia elétrica, utilizando parte do energético no seu consumo e vendendo o excedente para a rede”, explica o secretário de Energia e Mineração do Estado de São Paulo, João Carlos Meirelles. “Isso significa uma nova receita para as usinas e a ampliação da geração de energia renovável na matriz energética paulista”, complementa. Ele lembra que as usinas estão instaladas em 20 cidades da região.
Além de receber a produção excedente da geração por biomassa, a nova subestação da CPFL também vai atender as áreas industriais e residenciais da região, beneficiando cerca de 700 mil habitantes. “A conclusão das obras da Subestação Morro Agudo faz parte da estratégia de expansão do Grupo CPFL que chamamos de ‘transmissão de nicho’, que são aqueles ativos que possuem sinergias operacionais com as nossas distribuidoras e com as nossas usinas eólicas”, explica o presidente da CPFL Energia, Andre Dorf.
Outra característica da instalação é a possibilidade de ela ser operada à distância pelo Centro de Operação da CPFL Energia, em Campinas. A subestação tem sete autotransformadores e potência total de 800 MVA, sendo dividida em dois setores, um de 500 quilovolts (kV) de tensão, com duas entradas de linha, e outro de 138kV de tensão, com seis entradas de linha. Ativada em uma área de 150 mil metros quadrados, o empreendimento contempla a infraestrutura necessária às expansões futuras em redes de 138kV, por meio do seccionamento da Linha de Transmissão de 500kV Marimbondo–Ribeirão Preto.
Em operação comercial desde julho de 2017, quase três meses antes do previsto em contrato, a CPFL Energia poderá explorar a concessão do ativo pelo prazo de 30 anos, até 26 de março de 2045. Como remuneração pela operação da subestação, o Grupo CPFL receberá uma Receita Anual Permitida (RAP) de R$ 10,8 milhões, reajustada anualmente pelo IPCA.