*Por Fabiana Macedo * – 19.01.2018 –
A Internet das Coisas só será realidade com a captura e análise de forma inteligente das informações obtidas pelos bilhões de sensores espalhados pelo planeta
Quem trabalha com tecnologia já está familiarizado com o termo Internet das Coisas, que faz referência à conexão de equipamentos de todos os tipos (carros, roupas, robôs e até cidades inteiras à rede mundial de computadores). O termo (também conhecido como IoT, da sigla em inglês) tem crescido em popularidade nos últimos anos, por conta do avanço no número de dispositivos conectados, volume que deve crescer de forma vertiginosa nos próximos anos. De acordo com dados do instituto de pesquisas Gartner, o mundo deve saltar de 8,4 bilhões de “coisas” conectadas à Internet em 2017 para mais de 20,4 bilhões em 2020!
Pode parecer algo distante, mas suas aplicações já podem ser vistas no dia a dia. Exemplos? Quando você olha para a tela do smartphone para saber se o seu ônibus ainda está longe do ponto, está tirando proveito da IoT. No campo, equipamentos para colheita e transporte de produtos já contam com sensores que monitoram a distância percorrida, o consumo de combustível e até mesmo a pressão dos pneus, contribuindo para reduções de custo que chegam a 35%. Lançamentos imobiliários em São Paulo, como os edifícios Moou e Nomad, oferecem um aplicativo para smartphone que permite autorizar a entrada de visitantes, ver câmeras de segurança ou mesmo chamar uma pessoa para limpar o apartamento. E nos Estados Unidos, são comuns assistentes pessoais online como Amazon o Echodot, dispositivos compactos que “ouvem” o que você diz e realizam várias funções. Basta falar coisas como “ligue a TV”, “apague a luz” ou “toque Adele no Spotify” para que o equipamento realize uma ação.
Com o barulho causado pela IoT, muitos fabricantes de equipamentos correram para conectar seus dispositivos à Internet, mesmo que seja para apenas para pegar uma carona na tendência. Hoje é possível encontrar de lâmpadas a refrigeradores e turbinas online. Mas não basta que um dispositivo esteja online para que ele seja uma verdadeira aplicação de Internet das Coisas. A conexão só faz sentido de fato se as empresas e instituições souberem aproveitar a oportunidade que os sensores embutidos em cada um desses equipamentos oferecem, com a captação de informações e, principalmente, interpretando os dados gerados. Aí está a verdadeira inteligência do processo.
Ou seja, a IoT e o chamado Big Data (o grande volume de dados que é gerado pelo ser humano) precisam caminhar juntos. Afinal, conhecer os hábitos do seu cliente é essencial para oferecer um produto cada vez mais adequado e competitivo. Para os fabricantes, esses dados capturados e analisados permitem reduzir o tempo de chegada de um produto ao mercado, cortam custos e facilitam a criação de produtos únicos. Nas empresas, eles são sinônimo de ferramenta eficiente para a tomada de decisão. E para o consumidor representam (além da praticidade de serviços como o monitoramento automático de sua saúde a partir de um relógio inteligente, por exemplo) possibilidades como o uso de forma mais eficiente dos bens do planeta, como a redução de consumo de água ou energia, a partir da análise de itens simples como horários de pico de consumo ou de maior de incidência dos raios solares em uma região.
Com a captura e análise de forma inteligente das informações obtidas pelos bilhões de sensores espalhados pelo planeta, a IoT deixa de ser “hype” para se tornar uma ferramenta revolucionária.
*Fabiana Macedo é CEO da Punto Comunicação