Alumínio ganha espaço em torres eólicas

Por Miguel Angelo de Carvalho – 19.04.2018 – A utilização do metal nas turbinas e componentes dos reatores implica menor número de peças, menos etapas de produção e possibilidade de integrar diferentes funcionalidades a um perfil ou componente  O potencial para crescimento e desenvolvimento da indústria eólica no Brasil é gigantesco, sendo possível gerar energia […]

Por Redação

em 19 de Abril de 2018

Por Miguel Angelo de Carvalho – 19.04.2018 –

A utilização do metal nas turbinas e componentes dos reatores implica menor número de peças, menos etapas de produção e possibilidade de integrar diferentes funcionalidades a um perfil ou componente 

O potencial para crescimento e desenvolvimento da indústria eólica no Brasil é gigantesco, sendo possível gerar energia para todo o país utilizando somente os ventos intensos da região do Nordeste brasileiro. O custo é baixo e os recursos são inúmeros, mas incrivelmente ainda esbarramos em questões governamentais e de investimento para a implantação de novos polos.

Em 2006, o Brasil contava com 237 megawatts (MW) de capacidade eólica instalada, principalmente por conta dos parques na cidade de Osório (RS). O complexo conta com 75 aerogeradores de 2 MW cada, instalados em três parques eólicos com capacidade de produção de 417 giga watt-hora (GWh) por ano. Os projetos de energia eólica no Brasil atingiram 12,7 giga watts (GW) no ano passado, um aumento de 19% em relação a 2016, segundo informações da Associação Brasileira de Energia Eólica (Abeeólica). O segmento terminou o ano de 2017 com 508 parques em operação.

No mundo, o setor eólico vem se destacando como uma das fontes de energia mais promissoras desde a década de 90. O estudo divulgado pelo Cepel no Atlas do Potencial Eólico Brasileiro, produzido pelo Centro de Pesquisas de Energia Elétrica, aponta crescimento de mais de 20% na capacidade instalada mundialmente para a indústria eólica. Segundo o mesmo estudo, o potencial de aproveitamento eólico no país ainda não chega a 1%, porém é possível vislumbrar um horizonte de muitas possibilidades para esse segmento.

Alumínio como matéria prima renovável e sustentável

Para a indústria metalúrgica do cobre e, principalmente do alumínio, essa perspectiva também é importante em relação ao fornecimento de peças e desenvolvimento de novos produtos. O alumínio é o material mais econômico e funcional para atender a essa demanda, que é notoriamente crescente.

A utilização do alumínio nas turbinas e componentes dos reatores implica menor número de peças, menos etapas de produção e possibilidade de integrar diferentes funcionalidades a um perfil ou componente com relativamente pouco ou nenhum custo adicional e por isso tem ganhado espaço no segmento. O volume de alumínio utilizado em uma turbina pode chegar a 2 toneladas, por isso tem ganhado espaço no segmento, pois representa grande vantagem de custo em relação ao aço e fibra de vidro, por exemplo.

Projeção de crescimento e investimento

Por essa razão, as indústrias metalúrgicas, em especial produtoras de alumínio, passam a direcionar esforços também para a indústria de energia eólica. No Brasil, o segmento é promissor e a perspectiva, segundo a Associação Brasileira de Energia Eólica, é que até 2020, sejam construídos mais 330 parques de geração de energia.

O principal desafio deste segmento está na ampliação das linhas de transmissão, já que o Brasil tem as características naturais bem apropriadas para a geração deste tipo de energia e na maior parte dos parques, a energia ainda fica represada. Faltam investimentos nas linhas de transmissão. É um setor muito sensível a ações governamentais que podem acelerar ou não o mercado, o desafio constante para as empresas é monitorar essas ações do governo e criar condições para aumentar a participação no segmento.

Levantamento de recursos e perspectivas

O levantamento dos recursos de energia eólica no Brasil vem sendo realizado pelo projeto Solar and Wind Energy Resources Assessment (Swera), conduzido pela Divisão de Clima e Meio Ambiente do CPTEC, com financiamento do Programa das Nações Unidas para o Meio Ambiente (Pnuma).

É preciso ampliar a diversificação de fontes energéticas, baixar tarifas e trabalhar para oferecer energia limpa de melhor qualidade para a população brasileira.

*Miguel Angelo de Carvalho é CEO da Cecil e Elfer, indústrias metalúrgicas de cobre, latão e alumínio