Por Rodrigo Abreu – 02.08.2018 –
O atual ambiente tecnológico e regulatório é extremamente dinâmico em todo o mundo, não apenas no Brasil. Novas plataformas permitem hoje uma capacidade computacional inimaginável há até alguns anos, trazendo desafios quanto à privacidade e proteção dos dados de empresas e consumidores. Há diversos pontos a se observar ao trabalhar com esses dados, mas apresento aqui cinco deles que podem ser úteis para iluminar o cenário.
Em Big Data, tudo deve começar com uma boa governança. Com a imensa quantidade de dados coletados e obtidos, é importantíssimo garantir um arcabouço legal apropriado para o uso do material. Em se tratando de dados regulados, como os de risco de crédito, deve existir uma estrita observância das finalidades. Para os outros tipos, deve haver sempre o consentimento adequado dos usuários, o chamado “consentimento consciente”.
O segundo ponto é obviamente a construção de uma infraestrutura segura. Tão ou mais importante que uma arquitetura robusta são as políticas e controles de segurança, já que qualquer operação que trabalhe com grandes volumes de dados tenderá a ser alvo de hackers e criminosos. Torna-se crítica a implantação de uma plataforma de segurança sempre atualizada, com múltiplas linhas de defesa e os mais altos níveis de aderência a padrões e certificações reconhecidas, como a ISO 27.001.
Um terceiro ponto é a quantidade de dados em relação ao objetivo da análise. Ter muitos dados sem saber o que extrair deles pode acabar dando menos resultado do que trabalhar com volumes menores, mas com uma meta clara. Além disso, não existe uma solução de Big Data que sirva para tudo: é preciso criar modelos específicos para finalidades específicas, fazendo com que os resultados sejam mais precisos e atendam melhor às expectativas dos clientes.
O quarto ponto diz respeito à capacidade de inovar. Produtos inovadores em Big Data são aqueles que utilizam dados e correlações que ninguém utilizou antes, com a possibilidade de beneficiar a vida real e digital de pessoas e empresas. Para isso, é necessário agilidade e rapidez na criação, utilizando tecnologia flexível, equipes preparadas e processos otimizados sem medo de abandonar metodologias e soluções até então dominantes.
Por fim, é preciso ter objetivos maiores e lembrar sempre as razões pelas quais trabalhamos com Big Data. Embora alguns acreditem que pessoas são apenas dados a serem processados, na verdade os “dados são pessoas”, ou seja: por trás deles existem pessoas, empresas e realidades que merecem o mais alto grau de proteção e respeito. Observando esses 5 pontos e comunicando-os de maneira clara para seus profissionais, clientes e parceiros, certamente será possível atingir mais.
Rodrigo Abreu é presidente da Quod.