Construção de pátio de estacionamento de trens mostra complexidade das obras metroviárias

Da Redação – 20.08.2018 – Implantação do Pátio Guido Caloi, que atenderá à expansão da linha 5, Lilás, exigiu intervenção em comunidade para reforço de solo, retirada de aterro sanitário e outras adversidades. Quando se pensa em construção de linhas de metrô, logo veem à cabeça as estações modernas, envidraçadas e cheias de metais, ou, […]

Por Redação

em 20 de Agosto de 2018

Da Redação – 20.08.2018 –

Implantação do Pátio Guido Caloi, que atenderá à expansão da linha 5, Lilás, exigiu intervenção em comunidade para reforço de solo, retirada de aterro sanitário e outras adversidades.

Quando se pensa em construção de linhas de metrô, logo veem à cabeça as estações modernas, envidraçadas e cheias de metais, ou, aos mais afeitos, os grandes túneis com os poços de descida das estações. Poucos, contudo, concebem a logística dos trens, algo complexo e que envolve uma etapa de obra grande: a do pátio de estacionamento. Na expansão da linha 5, Lilás, do metrô paulistano, houve uma dessas há pouco tempo e os profissionais envolvidos revelam os vieses enfrentados.

A expansão dessa linha, entre as estações Largo Treze e Chácara Klabin, em 2011, demandou a construção do segundo pátio de estacionamento e manutenção de trens, localizado no Jardim São Luiz e denominado Pátio Guido Caloi. Ele faria par com o pátio até então utilizado pela linha, o Capão Redondo, no extremo sul do percurso. A obra ainda hoje ocorre e consiste na construção de um espaço de 180,7 mil m², onde os desafios de engenharia são inúmeros.

Começando pelo fato de o pátio faz divisa com comunidades, habitantes de uma região de morro composta por fratura e escorregamento de solo. Isso exigiu intervenção, com a construção de muros de arrimo apoiados em estacas raiz e travados por enfilagens.

Na parte mais frágil do entorno, região com fratura e deslizamento, foi utilizado o método de solo grampeado para contenção das encostas. Isso, junto a outras intervenções menores, consumiu nada menos que 1,6 mil m³ de concreto, 592 enfilagens de 15 metros de comprimento cada e 672 estacas raiz, com comprimento médio de 14 metros. “Além disso, como por muitos anos esse morro foi depósito de lixo a céu aberto, houve a necessidade de se retirar 155 mil m³ de solo ruim”, informa o metrô de São Paulo.

Originalmente, o talude da região era coberto por uma vegetação rasteira e alguns capões de mata arbustiva, exceto numa pequena região onde há um bosque plantado por uma indústria que existia no local. Toda a vegetação rasteira foi substituída por grama tipo batatais, numa área total de 61,3 mil m².

Ainda estão em execução no morro a drenagem superficial, com a utilização de canaletas de crista e de pé de talude, além de escadas hidráulicas e de drenos na base de cada berma.

O Pátio Guido Caloi está em fase final de obras, segundo o metrô de São Paulo, e após vencer todas as adversidades, terá 31 vias, com cerca de 20 mil metros de trilhos, 39 aparelhos de mudança de via e dois cruzamentos em “x”. Ele foi projetado para abrigar 26 trens inicialmente, com possibilidade de expansão.