Redação – 10.04.2019 –
Gigantes nórdicas miram na aplicação de redes e novas tecnologias nas cavas e nas plantas de processamento das minas
A feira de Hannover, na semana passada, foi o palco para o recente avanço das gigantes de telecomunicações na área de mineração. A informação é de Sean Kinney, editor chefe do site RCR Wireless. De acordo com a publicação, a Nokia e a Ericsson enxergam um grande mercado para as redes privadas de telecomunicações. E há razões para isso.
Primeiro, porque se trata de uma vertical fundamental para o direcionamento do comércio global e que está no começo da cadeia industrial de vários outros. Informações da consultoria PWC indicam que o setor tenha uma capitalização de mercado de US$ 926 billhões. Outra razão é a mudança no modelo de redes de telecomunicações dentro das minas: antes o foco era cabeamento fixo, com problemas de cobertura, hoje as redes sem fio são prioritárias.
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É o caso da Boliden, grupo minerador para quem a Ericsson substituiu uma rede de conexão Wi-Fi pela conectividade baseada em redes celulares. Somente na área de perfuração, a nova cobertura permitiu maior automação, o que resultou num aumento de produção de 40% no uso dos equipamentos.
A Nokia, por sua vez, desenvolve soluções para monitoramento da fadiga dos motoristas dos caminhões fora de estrada, combinando devices vestíveis que enviam dados para da mineradora. O dispositivo avisa o profissional, alertando-o para situações de risco. Em relação a tecnologia de redes, a Nokia é mais agnóstica e aposta na combinação de LoRa, Sigfox ou Wi-Fi.
O conhecimento em redes também otimiza os desafios das mineradoras. A Nokia tem caso real onde um cliente do setor lutava para ter uma cobertura de telecomunicações, problema resolvido pela fabricante finlandesa, que substituiu 150 pontos de acesso de Wi-Fi por 15 small cells, turbinando a cobertura.
Ela também possui uma parceria com a Sandvik, tradicional fabricante de equipamentos para mineração, para desenvolver uma rede privada LTE e 5G usando a plataforma de cloud da primeira. Para a Sandvik, a estratégia é criar soluções interoperáveis e abertas para as necessidades do setor mineral, tornando as operações mais inteligentes e seguras.