Huawei entra oficialmente no mercado de provedores regionais

Nelson Valêncio – 14.05.2019 – Gigante chinesa atua no segmento desde 2015, mas agora fechou uma estruturação específica para atender as empresas O mercado de provedores regionais, ou seja, as empresas que juntas formam a quarta grande operadora do país, acaba de entrar oficialmente no portfólio da Huawei. No ano passado, os provedores foram responsáveis […]

Por Redação

em 14 de Maio de 2019
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Nelson Valêncio – 14.05.2019 –

Gigante chinesa atua no segmento desde 2015, mas agora fechou uma estruturação específica para atender as empresas

Fontes, da Huawei: fabricante aposta em soluções como eLTE, DWDM e Cloud

O mercado de provedores regionais, ou seja, as empresas que juntas formam a quarta grande operadora do país, acaba de entrar oficialmente no portfólio da Huawei. No ano passado, os provedores foram responsáveis por nada menos do que 83% dos novos acessos de banda larga no país de acordo com a Anatel. Para Lucas Fontes, gerente de soluções da multinacional, o segmento vai representar até 25% do faturamento da área Enterprise. A oficialização foi uma das iniciativas da companhia durante o Huawei Enterprise Brasil Partner Summit, que aconteceu em São Paulo na quinta-feira passada (9/5).

Apear da possibilidade de contato direto com os grandes players do setor, a multinacional estabeleceu parceria com três companhias para atender os provedores regionais: Agora Telecom, FiberX e ConnectoWay. O trio, aliás, acaba de participar do Future ISP, que aconteceu na semana passada em Olinda (PE) e que já se tornou uma referência do setor no Nordeste. Lembrando que enquanto as operadoras tradicionais perderam acessos de banda larga no Nordeste no ano passado, os provedores aumentaram sua base em 104%.

“Todos os negócios com os provedores regionais vão acontecer via parceiros”, destaca Fontes. De acordo com ele, desde 2015 a Huawei vem estudando o mercado e já atendia os provedores regionais de forma pontual. Agora, a ideia é ter uma oferta estruturada desde as redes GPON até soluções para a infraestrutura de backbone óptico, além de agregar serviços na nuvem. O portfólio seria similar ao já oferecido a outros segmentos, mas de forma personalizada.

Wi-Fi de sexta geração e IoT fazem parte do pacote de serviços

Entre os detalhes de personalização estão as políticas de financiamento por meio dos parceiros. A ideia, segundo ele, é subsidiá-los para que as condições de flexibilização possam ser estendidas aos provedores regionais nas pontas. Lucas lembra que a entrada oficial da Huawei acontece não só pela importância do segmento no mercado de telecomunicações como pela percepção da multinacional para a profissionalização do mercado. “E podemos contribuir com soluções Carrier Class e um portfólio diversificado”, argumenta.

A contribuição acontece, por exemplo, com as melhorias em redes GPON, para que a infraestrutura atinja sua capacidade máxima de transmissão de dados, ao mesmo tempo em que se pode apoiar o provedor em estender a qualidade da rede para a casa do assinante com o Wi-Fi de sexta geração. A melhoria na infraestrutura também passa pelo DWDM já ativado em provedores regionais de maior porte, seja partindo do zero, ou como recurso para ampliação da capacidade do backbone óptico.

“Em casos como esses, nossa orientação é ter uma rede a prova do futuro e preparada para expansão de capacidade”, resume Lucas. O executivo avalia que os provedores regionais se atentaram para a necessidade de uma infraestrutura de qualidade, que é um requisito básico para a consolidação inevitável do segmento. “Temos condições de atender a estratégia de profissionalização dos provedores, que passam a atender demandas internas dos próprios usuários, outra oportunidade para reforçar a qualidade do acesso”, finaliza Lucas.

A profissionalização, de acordo com ele, também passa pela mudança na arquitetura de rede. O cenário de redes preparadas para o atendimento de clientes residenciais e – de certa forma – desorganizado para expansões futuras modulares – deve ser substituído por uma rede maior e hierarquizada, combinando vários tipos de acessos, inclusive o sem fio, na modalidade eLTE, ou seja, as redes privadas de 4G para as operadoras regionais que compraram licenças no leilão da Anatel.

Muito além da oferta de conexão

Parceira da Huawei há quatro anos, a Agora Telecom faz parte do trio escolhido para avançar no mercado de provedores regionais. Marco Silva, diretor de Vendas da empresa, destaca que a atuação das duas empresas irá além das soluções de conexão, avançando para uma oferta integrada que inclui, por exemplo, o Wi-Fi de sexta geração para os clientes residenciais e a oferta de Internet das Coisas (IoT). “Em vez de fornecer tecnologia para prover a conexão, queremos entregar mais para que o provedor torne-se uma referência no usuário final. Eles já têm a cobertura, inclusive em cidades menores do Sudeste”, destaca Silva.

O diretor de Vendas lembra que a capilaridade dos provedores, principalmente em regiões como Sul e Nordeste, permite que eles venham apresentando índices de crescimento de 60% em contraponto às margens de menos de dois dígitos das operadoras tradicionais. De olho no segmento, a empresa lista soluções como DWDM para redes ópticas, ampliando a capacidade de tráfego sem mexer na infraestrutura física, e o eLTE, redes privadas sem fio, que complementam a cobertura – de quem tem licença – em regiões onde fibrar ainda não é economicamente viável.

A melhoria da infraestrutura avança para as redes internas dos assinantes dos provedores com a oferta do já citado Wi-Fi de sexta geração, o que consolidaria o provedor regional como uma operadora completa. “A ideia é que eles coloquem equipamentos de alto valor de processamento em seus assinantes, o que já pavimenta o caminho para a maior oferta de serviços”, explica. Para ele, a própria oferta de internet deve mudar para um serviço de maior capacidade e maior segurança.

Operacionalmente, Silva lembra que a Agora Telecom trabalha com a pré-venda de engenharia, suportando os provedores regionais e entendendo seus requisitos de rede. A pré-venda é continuada com a venda em si, tanto pela equipe comercial quanto em conjunto com a área de engenharia. “Como a Huawei tem uma equipe afinada de engenharia, trocamos muito informação”, explica. Ele acredita nesse diferencial como mais um fator para o avanço no mercado de provedores regionais.