Volvo lança primeiro caminhão autônomo para operações off road no Brasil

Rodrigo Conceição Santos – 14.06.2019 – Empresa também avança no uso de inteligência artificial para otimizar consumo de combustível com aceleração e trocas de marcha e prevê avanço das novas tecnologias na construção e mineração. O modelo VM, de 32 toneladas da Volvo, acaba de ganhar a primeira versão autônoma para aplicação canavieira no Brasil. […]

Por Redação

em 14 de Junho de 2019

Rodrigo Conceição Santos – 14.06.2019 –

Empresa também avança no uso de inteligência artificial para otimizar consumo de combustível com aceleração e trocas de marcha e prevê avanço das novas tecnologias na construção e mineração.

O modelo VM, de 32 toneladas da Volvo, acaba de ganhar a primeira versão autônoma para aplicação canavieira no Brasil. O veículo atua sozinho, com aceleração e condução do volante dentro de um percurso pré-estabelecido, garantindo precisão com margem de erro de 2,5 centímetros no percurso. Na colheita de cana-de-açúcar, a proposta é evitar o “pisoteamento” de soqueiras, que é quando as rodas do caminhão fogem do traçado e esmagam mudas remanescentes da colheita.

“O pisoteamento de soqueiras é o principal malefício da produtividade nesse setor, pior até que os problemas provocados pelo clima e pragas”, diz Paulo Meneguetti, diretor financeiro e de suprimentos da Usina Santa Terezinha, onde os primeiros sete caminhões autônomos foram utilizados. Segundo ele, o pisoteio das soqueiras diminui entre 5% e 10% a produtividade.

Tecnologia autônoma, inteligência artificial e internet das coisas
A autonomia do VM de 32 toneladas é baseada em sensores, radares a laser e câmeras. Os especialistas da usina canavieira desenham os traçados de colheita no sistema e podem programar a velocidade de cruzeiro. Esta reportagem, em test-drive pelo veículo, verificou a condutibilidade que, em resumo, consiste no engate do cambio automatizado (I-shift), aceleração até o nível desejado (entre 6 e 8 km por hora, geralmente), posicionamento do caminhão dentro da rota traçada e acionamento do piloto automático. A partir daí o motorista apenas supervisiona. O veículo atua sozinho.

Em casos de obstáculos no talhão de cana-de-açúcar, é possível acelerar no pedal, frear e até tomar a condução do volante. Se a velocidade ultrapassar o limite pré-estabelecido, o sistema autônomo é cortado imediatamente.

“A tecnologia autônoma para operações hub to hub (percurso pré-estabelecido e repetitivo) já é utilizada em sites de mineração fora do Brasil. Aqui, começamos com o setor canavieiro e devemos expandir para mineração e construção pesada também”, diz Alcides Cavalcanti, diretor comercial de caminhões da Volvo no Brasil.

A tecnologia de condução autônoma pode ser alinhada a outras soluções avançadas da fabricante sueca, entre elas a aceleração inteligente, que calcula a necessidade de combustível necessária de acordo com a força que o veículo precisa para vencer o trajeto. Esse sistema usa de preceitos da inteligência artificial, mapeando percursos pelos quais já passou e identificando a necessidade de torque necessária para o motor vencê-la. “Assim, na próxima vez que passar por ali, o sistema injetará mais ou menos combustível de acordo com a experiencia aprendida pelo learning machine”, explica Joseniel Valerio, gerente comercial de caminhões vocacionais da Volvo.

Outro exemplo de learning machine desenvolvido pela fabricante é o I-See, numa nomenclatura em inglês bastante fiel ao que a caixa de câmbio aplica de acordo com os percursos que já viu. Assim como a aceleração inteligente, ele usa a experiência de trajetos para otimizar as trocas de marchas nas próximas passagens.