Especialistas defendem a construção de novos reservatórios para enfrentar crise hídrica

Redação – 16.09.2019 – PCHs e CGHs seriam fator chave na preservação, armazenamento e distribuição de água Paulo Arbex, presidente da diretoria-executiva da ABRAPCH, entidade que reúne operadores de pequenas centrais hidrelétricas, explica que a entidade tem defendido há anos que a construção de novos reservatórios de acumulação de agua é a solução para a […]

Por Redação

em 16 de Setembro de 2019
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Redação – 16.09.2019 –

PCHs e CGHs seriam fator chave na preservação, armazenamento e distribuição de água

Paulo Arbex, presidente da diretoria-executiva da ABRAPCH, entidade que reúne operadores de pequenas centrais hidrelétricas, explica que a entidade tem defendido há anos que a construção de novos reservatórios de acumulação de agua é a solução para a crise hídrica. “Este problema hidrológico é muito mais de ‘falta de caixa d’água que falta de água. Ou seja, a falta de espaços para reservar água no período úmido e posterior utilização é a principal causa da crise hídrica dos últimos anos”, explica.

O executivo foi um dos participantes do Seworld – Setor Elétrico no Mundo, evento que aconteceu na última quinta-feira (12/9) em Brasília. Arbex lembrou ainda que mais de 90% da capacidade de armazenamento de água do país é procedente das usinas hidrelétricas, de acordo com a Agência Nacional de Águas (ANA). Apesar disso, segundo ele, as geradoras de energia elétrica têm enfrentado resistências políticas e legislativas há pelo menos duas décadas.

Na avaliação dos especialistas presentes ao evento, enquanto o mundo investe em construção de novos reservatórios de água, o Brasil caminha no sentido contrário. “A falta de espaços de armazenamento hídrico coloca em risco o futuro do agronegócio, da pecuária e o abastecimento humano. A falta de água no dia a dia já é um problema concreto em grandes cidades de todas as regiões do Brasil”, opina a ABRAPCH em documento oficial.

Desinformação sobre uso da água em geradoras ainda é grande 

Outro fator abordado no debate foi a contribuição financeira das hidrelétricas para a proteção dos recursos hídricos no Brasil. De acordo com a Agência Nacional de Energia Elétrica (ANEEL), por exemplo, em 2018 foram pagos mais de R$ R$ 2,5 bilhões pelas usinas hidrelétricas a título de Compensação Financeira pela Utilização de Recursos Hídricos e royalties. Desse total, foram destinados à ANA mais de R$ 160 milhões.

Para além dos recursos financeiros, o presidente da ABRAPCH criticou a desinformação que circula na sociedade “Não chega para a população a informação de que as hidrelétricas não consomem uma única gota d’água sequer para gerar energia, apenas usam a força da passagem da água por suas turbinas para gerar energia e a devolvem mais limpa e mais oxigenada para o leito dos rios”, lembrou.

No encontro, houve consenso entre os participantes que a paralisação dos últimos 20 anos da construção de novos reservatórios de água para abastecimento, irrigação e geração de energia tem colocado em risco o abastecimento de água no país. Dos anos 70 pra cá, houve uma desaceleração significativa no setor. Segundo dados do Operador Nacional do Sistema Elétrico (ONS), de 1975 a 1985, o aumento da capacidade de armazenamento de água de usinas elétricas foi 10 vezes maior, se comparado à década 2000-2010.

Em relação a essa desaceleração, o presidente da ABRAPCH acrescentou a gravidade do problema ambiental: “Os verdadeiros problemas dos nossos rios são o lançamento de 50% do esgoto e lixo sem nenhum tratamento nos rios, o desmatamento ilegal nas áreas de drenagens dos rios e a retirada de mais água que os rios suportariam”, finalizou.