Smart grid exige Internet das Coisas, computação na nuvem e inteligência artificial

Pedro Al Shara – 14.10.2019 –  Toda a infraestrutura de uma empresa depende da energia elétrica, o que exige um gerenciamento contínuo do seu uso. Em paralelo com a busca por sustentabilidade, a transformação digital também agregou para a criação de novas possibilidades para o gerenciamento desse recurso. Hoje, ações que visam à redução dos […]

Por Redação

em 14 de Outubro de 2019

Pedro Al Shara – 14.10.2019 – 

Toda a infraestrutura de uma empresa depende da energia elétrica, o que exige um gerenciamento contínuo do seu uso. Em paralelo com a busca por sustentabilidade, a transformação digital também agregou para a criação de novas possibilidades para o gerenciamento desse recurso. Hoje, ações que visam à redução dos danos ambientais têm como objetivo mais do que simplesmente economizar: é preciso fazer uso inteligente e consciente daquilo que temos à disposição. Diante disso, foi desenvolvido um modo de otimizar a produção de energia de forma inteligente utilizando a tecnologia como aliada, a Smart Grid.

O conceito dessa tendência se refere a uma nova arquitetura de distribuição de energia elétrica, que é capaz de automatizar toda a gestão do uso da eletricidade. Para o funcionamento da rede smart, é necessário mudar os medidores analógicos para medidores digitais. Estes são equipamentos mais seguros e, principalmente, inteligentes, que possibilitam a integração de informações entre outros usuários conectados. Assim, ao implementá-lo, a empresa consegue otimizar o uso para reduzir custos e melhorar o desempenho em todos os aspectos — o que exige equilíbrio entre geradores, operadores e distribuidores do sistema.

Uma das maiores vantagens da Smart Grid é a possibilidade de acompanhar o desempenho energético em tempo real. Ao contrário do medidor tradicional, no qual os dados de consumo são coletados uma vez ao mês, o digital permite o acompanhamento constante. Desta forma, irregularidades são identificadas com rapidez e ações preditivas, preventivas e corretivas podem ser adotadas para evitar o desperdício e estabelecer metas para melhorar o consumo energético da empresa. Além disso, é estabelecido um modelo de negócio mais sustentável, pois ele viabiliza a redução de emissão de gás carbônico e outros resíduos poluentes.

Porém, assim como qualquer sistema inteligente de gestão de recursos, a Smart Grid causa um impacto significativo nos custos operacionais. Só em 2014, o Brasil apresentava cerca de 200 projetos de Smart Grid, com investimentos aproximados de R$1,6 bilhão em pesquisa e desenvolvimento (P&D), envolvendo 450 instituições, segundo o Ministério da Ciência, Tecnologia e Inovação (MCTI). O investimento necessário é grande e concerne ao poder público local e federal implementar políticas para a troca de redes convencionais por redes smart. Outro desafio é o tecnológico, pois as redes inteligentes demandam tecnologia de hardware e de software de ponta, que ainda está em desenvolvimento nos principais centros de pesquisa do mundo, mas que no Brasil ainda é pouco trabalhado.

Quando falamos da implementação de Smart Grid, algumas mudanças devem ser feitas para adequar esse sistema ao novo funcionamento — o que, na prática, quer dizer investir em tecnologias de ponta, como IoT, Inteligência Artificial e computação em nuvem. Para isso, é necessário um plano estruturado, de implementação progressiva, que vai além das administrações vigentes, a médio e longo prazo. Implementar sensores e softwares para lidar com essas informações é o primeiro passo. Os dispositivos instalados na rede permitem a identificação de flutuações ou picos de consumo em determinados pontos. Os dados captados são enviados para o software, que pode gerar relatórios ou agir de acordo com medidas preestabelecidas.

A operação de todo esse sistema é de responsabilidade da TI. Mas, isso não significa só contratar uma equipe inteira para gerenciar a Smart Grid e, sim, adotar uma solução específica que proporcione a convergência entre as diferentes tecnologias utilizadas pela companhia, de forma a centralizar o monitoramento e controle da rede elétrica. O Smart Grid não é um projeto a ser implementado de imediato — ele é uma evolução. Assim, é preciso planejar uma arquitetura que, continuamente, inclua essas novas tecnologias adotadas, sempre levando em conta a importância da integração entre elas.

Outro ponto que abrange esse processo de migração é garantir a segurança do sistema de formal global. Uma infraestrutura de TI consegue descomplicar o gerenciamento de atividades, quando esta é bem aplicada e mantida por uma manutenção periódica. Sistemas de energia desatualizados afetam a operação e aumentam a probabilidade de erros e tempo de inatividade não planejado. Instalar uma rede de nobreaks que forneça acesso e suporte instantâneos a informações operacionais críticas, por exemplo, pode ser uma boa estratégia para começar a administrar essas redes, em que os impactos derivados dessa carência retardam tanto as ações das empresas como as dos consumidores.

A Smart Grid eleva o desempenho energético a um novo patamar, garantindo qualidade, segurança e retorno financeiro. Um sistema planejado com eficiência permite adaptação, monitoramento e administração em tempo real do consumo energético, evitando falhas às múltiplas fontes de energia conectadas ao sistema. É uma tendência que não apenas resolve problemas de infraestrutura, mas que pode ser considerada um primeiro passo para cidades e empresas trilharem seu caminho pela era digital.

Pedro Al Shara é CEO da TS Shara, fabricante nacional de nobreaks e estabilizadores de tensão.