Redação – 25.11.2019 –
UFSCar faz parte do grupo de 11 instituições brasileiras e europeias envolvidas para estudar fatiamento de frequências
O projeto Necos, sigla para Novel Enablers for Cloud Slicing, é uma iniciativa da União Europeia para desenvolver o fatiamento (slicing) que permite o agrupamento de “recursos físicos ou virtuais para demandas específicas” em telecomunicações. Um exemplo? O uso de Internet das Coisas (IoT). É possível criar uma fatia especialmente dedicada a serviços que requerem baixa latência (atraso no envio de dados) e não sobrecarregar a rede. Nem todas as aplicações de IoT demandam baixa latência, mas a grande maioria sim.
O fatiamento será cada vez mais demandado em função da necessidade de capacidade que a as redes de 5G vão pedir. Os estudos do Necos estão concentrados justamente na criação de soluções que superem as limitações atuais da infraestrutura de computação em nuvem. De acordo com Fábio Luciano Verdi, professor do Departamento de Computação do Campus Sorocaba da UFSCar, os recursos também podem ser aplicados à realidade aumentada, viabilizando “interações remotas que tipicamente requerem, além de baixa latência, alta disponibilidade de banda de rede, isto é, com alta capacidade de transmissão de dados”, resume.
O Necos foi desenvolvido de novembro de 2017 a outubro deste ano, por um consórcio formado por 11 instituições brasileiras e europeias: UFSCar; Universidade Estadual de Campinas (Unicamp); as universidades federais de Goiás (UFG), Pará (UFPA), Uberlândia (UFU), Rio Grande do Norte (UFRN); Centro de Pesquisa e Desenvolvimento em Telecomunicações (CPqD); Telefonica; University of Macedonia, na Grécia; University College London, na Inglaterra; e Universitat Politecnica de Catalunha (UPC), na Espanha.
De acordo com Verdi, a UFSCar coordenou a implementação do sistema como um todo, integrando os diferentes componentes da arquitetura que foram definidos em conjunto. “A União Europeia colaborou em todas as fases, desde a definição da arquitetura até a implementação do sistema e também foi decisiva na coordenação geral, tendo em vista que tal projeto segue formato europeu”, complementa ele. Pelo lado brasileiro, o projeto contou com financiamento da Rede Nacional de Ensino e Pesquisa (RNP), no valor de R$ 4 milhões; do lado europeu, o financiador foi a própria União Europeia.