Redação – 17.03.2020 –
Avaliação da Câmara Brasileira da Indústria da Construção é a de que pode faltar dinheiro para os projetos do setor
Apesar das notícias de um PIB abaixo das expectativas em 2029, a construção civil teve um grande papel importante ao apresentar um crescimento de 1,6% (contra a retração de 30% entre 2014 e 2018). O papel de impulsionador da economia, no entanto, pode ser comprometido com ações como a liberação do FGTS para incentivar o consumo. Para a Câmara Brasileira da Indústria da Construção (CBIC), a medida “pode comprometer o potencial crescimento da construção civil”.
“O uso de mais recursos do FGTS, principal fonte de financiamento do setor nesse momento de restrição fiscal, torna mais difícil alcançar as projeções de crescimento da construção civil”, defende a nota técnica da Câmara, emitida na última sexta-feira. Para o presidente da entidade, José Carlos Martins, o cenário econômico atual comprova que os recursos liberados pelo FGTS em 2019 não impulsionaram o consumo a ponto de acelerar o crescimento da economia, que foi de 1,1%.
“Muito tem sido colocado na imprensa sobre o uso do FGTS para consumo. Desde o primeiro instante, nós somos totalmente contra. Foi divulgado a todos os entes econômicos em 2019 que se fossem liberados os saques de R$ 500 por cidadão que tem conta vinculada ao Fundo de Garantia isso iria estimular a economia”, argumenta Martins. Segundo ele, no 3º trimestre de 2019, o PIB foi de 0,7%, já acrescido do consumo das famílias, e de 0,5% no 4º trimestre de 2019.
“As pessoas sacaram e a atividade diminuiu. Em compensação, no setor da construção civil faltou dinheiro do FGTS para financiar a contratação. Faltando dinheiro para contratação, naturalmente diminuiu o PIB do setor. E o que aconteceu? O PIB nacional não atingiu aquilo que se pretendia conseguir.”, destaca Martins.