Pandemia e clima ameno derrubam demanda de energia em 11%

Redação – 10.06.2020 – A Câmara de Comercialização de Energia Elétrica (CCEE) divulgou estudo no qual foi identificada a queda da demanda de energia elétrica em cerca de 11% no mês de maio. O levantamento avaliou o mercado livre, com queda de 10%, e a contratação regulada, que caiu 12%. O resultado é comparativo com […]

Por Redação

em 10 de Junho de 2020

Redação – 10.06.2020 –

A Câmara de Comercialização de Energia Elétrica (CCEE) divulgou estudo no qual foi identificada a queda da demanda de energia elétrica em cerca de 11% no mês de maio. O levantamento avaliou o mercado livre, com queda de 10%, e a contratação regulada, que caiu 12%. O resultado é comparativo com o mesmo mês de 2019 e é creditado à queda das atividades provocada pela pandemia do coronavírus e ao clima mais ameno registrado em maio deste ano.

Os feriados adiantados para o período de 23/05 a 29/05 tiveram impacto pontual no consumo médio dos locais que aderiram à medida, segundo a CCEE. No Sistema Interligado Nacional, a queda de demanda registrada naquela semana foi de 12,6%, enquanto que a média da queda nos outros dias do mês ficou entre 10% a 13%.

Os resultados são preliminares e levam em conta a demanda total do mercado cativo, em que o consumidor compra energia diretamente das distribuidoras, e do livre, que permite a escolha do fornecedor e a negociação de condições contratuais. O estudo não considera os dados de Roraima, único estado não interligado ao sistema elétrico nacional.

Entre os principais ramos de atividade que consomem energia no Ambiente de Contratação Livre, a indústria automotiva e o segmento têxtil continuam liderando o ranking de redução da demanda. O consumo de ambos recuou 47%. Já o setor de serviços está na terceira posição, com queda de 38% em comparação com o mesmo mês de 2019. Os valores já expurgam os efeitos de migrações de consumidores que passaram a negociar no mercado livre.

Regionalmente, a Bahia passou a liderar o ranking, com uma queda de 20%, seguida pelo Rio de Janeiro, onde a demanda recuou 19%. Completam a lista das cinco maiores reduções percentuais os estados do Rio Grande do Sul (- 17%), Espírito Santo (- 16%) e Mato Grosso do Sul (- 15%).

Três estados tiveram alta no consumo: Pará (6%), Amapá (2%) e Maranhão (2%). O aumento se explica pela elevação da demanda em algumas indústrias nesses estados, como as alimentícia e a química.

Em outro de seus estudos, o mais recente boletim InfoMercado Quinzenal, a CCEE traz informações sobre a geração de energia do País, que tem acompanhado a queda do consumo. De acordo com a publicação, o volume produzido nos dias 01 a 31 de maio recuou 10,9% frente ao mesmo período do ano passado. As hidrelétricas registraram o maior recuo, de 14,1%. As usinas eólicas geraram 2,2% a menos nos primeiros meses de 2020 e as termelétricas reduziram sua produção em 1,2%. Apenas as fazendas solares aumentaram sua geração, em 35,8%, devido ao crescimento da capacidade instalada da fonte.