Brasil precisa de investimentos adicionais de pelo menos 150 bilhões por ano para infraestrutura

Nelson Valêncio – 26.06.2020 – Avaliação é do economista Claúdio Frischtak, presidente da consultoria Inter.B, que participou ontem de evento online no Rio de Janeiro A Associação das Empresas de Engenharia do Rio (AEERJ) completou 45 anos de uma forma inteligente e produtiva: organizou um webinar com especialistas para falar do futuro do mercado de […]

Por Redação

em 26 de Junho de 2020
Em ampliação, viaduto sobre a linha do trensurb começa a tomar forma - Foto: Itamar Aguiar / Palácio Piratini

Nelson Valêncio – 26.06.2020 –

Avaliação é do economista Claúdio Frischtak, presidente da consultoria Inter.B, que participou ontem de evento online no Rio de Janeiro

A Associação das Empresas de Engenharia do Rio (AEERJ) completou 45 anos de uma forma inteligente e produtiva: organizou um webinar com especialistas para falar do futuro do mercado de infraestrutura pós-pandemia. A conversa dos cinco profissionais está disponível no Youtube, mas antecipamos alguns dados do economista Claúdio Frischtak, da consultoria Inter.B. Dois deles merecem atenção. O Congresso Nacional, de acordo com o economista,  tem uma agenda de 11 iniciativas de legislação totalmente ligadas ao setor de infraestrutura, dos quais o marco legal do saneamento básico foi apenas um deles. A outra informação é a de que o Brasil precisaria de, no mínimo, cerca de 150 bilhões adicionais para aportar em projetos de infraestrutura.

Vamos aos dois pontos. Na avaliação do consultor, todos os envolvidos no setor precisam participar ativamente da pressão para que o Congresso avance nas pautas relacionadas à infraestrutura, uma vez que o país vai precisar de investimentos e boa parte deles só virá com a iniciativa privada. Um exemplo no Rio de Janeiro é o Arco Metropolitano, uma espécie de Rodoanel fluminense que, embora construído nos últimos anos, já precisa de modernização e é um ativo de valor para concessões. Em relação aos investimentos adicionais, a conta de Fritschtak considera que o estoque de capital investido em infraestrutura é de 36% do PIB no Brasil, quando deveria ser o dobro disso.

“Se a situação fiscal já era ruim quando entramos na pandemia, sairemos mais pobres e mais endividados depois dela. Precisamos criar condições essenciais para que o investidor possa vir”, argumenta Frischtak ao destacar a agenda legislativa. No caso específico do Rio de Janeiro ele aposta em duas áreas para a retomada – saneamento básico, com destaque para a concessão da Cedae, a companhia de água e esgoto, e as concessões de rodovias, caso do Arco Metropolitano e de outros projetos.

Em relação ao país, o consultor acrescenta que a agenda positiva para o setor de infraestrutura deve ser seguida da segurança jurídica e da regulação, inclusive com o papel de agências reguladoras independentes. Frischtak pede atenção ainda para o balanço limitado das empresas, o que deveria estimular a adoção do modelo de project finance, ou seja, projetos de financiamento de longo prazo baseados na geração de caixa do próprio empreendimento.