Fábio Fernandes – 26.08.2020 –
Com relação ao período pós-Covid-19, estima-se que essas novas experiências corporativas mudem o modelo de trabalho dentro das empresas.
A Covid-19 surpreendeu a todos e exigiu respostas rápidas para estruturação imediata das redes de dados, principalmente para apoiar o trabalho dos profissionais de saúde nas unidades de atendimento a pacientes, como dos hospitais de campanha. O setor corporativo enfrentou desafios para estruturar melhor suas equipes de suporte técnico remoto e migrar os profissionais do escritório de modo que pudessem exercer suas tarefas de casa. Sem as redes de dados, tudo isso seria impossível.
Pouco antes da pandemia, muitos se aprofundavam no conceito da transformação digital, com empresas à frente nessa jornada e outras nem tanto. Muitas organizações ainda vivenciavam a fase de digitalização, porém, sem estarem prontas de fato para a era digital, em que o consumidor está no centro das decisões de negócios. Mesmo com tecnologias disponíveis na época, as dúvidas sobre o tema por parte dos empreendedores ainda eram muitas.
A pandemia de Covid-19 acelerou a migração dos serviços para as redes digitais, tornando possível o trabalho à distância. A explosão no tráfego de voz ao lado de dados quadruplicou o volume nas redes e, de forma inesperada, a taxa passou a ser muito maior do que os provedores de serviços pudessem esperar. No entanto, isso apenas reforçou a necessidade e a relevância dos canais de comunicação em todos os setores.
Neste contexto, os provedores entregaram as melhores soluções de redes possíveis, colaborando para sua estruturação em tempo recorde.
Próximo passo é avaliar a qualidade da entrega dos atuais serviços
Certamente, o investimento feito e a capacidade projetada para as redes de comunicação ainda podem ser potencializados, e muito. Após essa fase inicial de estruturação, pressionada pela chegada da pandemia, os provedores devem manter a alta qualidade de entrega dos seus serviços.
Há tecnologias avançadas no mercado de monitoramento de desempenho de aplicações na rede, que permitem aos gestores obter visibilidade geral da estrutura por um menor custo possível. Ao conhecer os pontos de melhoria e capacidades, é possível otimizar e melhorar ainda mais a qualidade dos serviços e aproveitar ao máximo o potencial da infraestrutura, sem a necessidade de investimentos extras para sua expansão. Embora essa capacidade esteja disponível, é essencial entregar mais e, portanto, rever a estrutura existente para otimizá-la e torná-la ainda mais eficiente. A Accedian, que fornece soluções de monitoramento de desempenho de rede, por exemplo, já registrou melhorias de até 25% de capacidade de infraestruturas, nos casos mais críticos.
O papel da liderança nesse cenário
A confiabilidade nas redes é extremamente importante e deve ser considerada pela liderança das organizações, em tempos tão difíceis, assegurando o alto volume de tráfego de voz e dados demandados pelos canais digitais. Uma necessidade clara para os profissionais que fazem uso das redes externas, visando manter a continuidade de serviços e daqueles que estão remotos, requerendo conexões de qualidade para suas reuniões, agora, em ambientes virtuais. Assim, a confiabilidade é um componente chave, quando há informações sensíveis trafegando de forma granular pela infraestrutura. Na nova normalidade, todos acessam dados da companhia de qualquer lugar e a confiabilidade deve ser tratada como prioridade.
Legado da transformação acelerada e o pós-Covid-19
Com as equipes trabalhando a distância, é totalmente possível obter ganhos de produtividade. Muitos gestores têm a opinião comum: a comunicação entre os times melhorou. Em muitas empresas, mesmo estando lado a lado fisicamente, haviam pares sem interação. Com as redes funcionando a pleno vapor, as equipes passaram a criar ritos de conexão online, estando mais próximas e colaborativas para resolver as questões do negócio. Para muitos líderes, mesmo com a pandemia e fisicamente longe, as equipes têm interagido melhor.
Com relação ao período pós-Covid-19, estima-se que essas novas experiências corporativas mudem o modelo de trabalho dentro das empresas. Grandes companhias globais já sinalizaram sua intenção de manter o escopo de trabalho a distância ou reduzir as atividades presenciais para 1 a 2 dias semanais. A decisão veio após avaliarem a economia de custos nas operações e o ganho de otimização de tempo de seus profissionais – que, aliás, passaram a conviver mais com a família.
O mercado também dá sinais de que reavaliações nas infraestruturas, preparadas inicialmente para atender à chegada da pandemia, serão feitas nos próximos seis meses. Será necessário considerar o comportamento, a otimização e readequações das redes para sua maximização em 2021 e, por fim, para que sua capacidade seja melhor aproveita.
Essa reavaliação sobre como as redes se comportaram até aqui e o apontamento das necessidades de melhorias, serão a chave para que as organizações estejam ainda mais preparadas para manter suas equipes remotas conectadas, sem perdas ao negócio.
A confiabilidade deve ser um tema constante
A confiabilidade na continuidade dos serviços sempre esteve na agenda dos líderes, mas nunca foi necessário lançar mão dela de forma inesperada. Na fase inicial da pandemia houve sofrimentos com a transição dramática. Espera-se que pós pandemia, as questões e análises de confiabilidade nas redes sejam extremamente demandadas.
No passado, os provedores faziam exercícios de imaginar situações hipotéticas, que nunca poderiam ocorrer. Agora essa possibilidade tornou-se real. É preciso manter o alto nível de confiança na qualidade de entrega das infraestruturas, para que os usuários não sejam surpreendidos por uma nova onda.
Fábio Andreas Fernandes é diretor geral e vice-presidente de vendas para Brasil e SoCo da Accedian.