Redação – 10.11.2020 –
Avaliação é da operadora Angola Cables que faz parte das empresas que turbinam o hub cearense e suas atividades na área de TI e telecom
O Ceará tem uma posição geográfica privilegiada não só pelas suas praias, mas por ser a porta de entrada para várias trocas. Um exemplo é o , hoje uma joint venture com o Porto de Roterdã, da Holanda. Outra ligação – dessa vez física – é a terminação do cabo transatlântico de fibra óptica que parte de Luanda, na Angola, e chega até a famosa Praia do Futuro em Fortaleza. A dona, nesse caso, é a Angola Cables, que também possui ainda um data centre na capital cearense. O que as duas têm em comum? Resposta: fazem parte do Hub Tecnológico do Ceará.
“As maiores concentrações portuárias também estão em locais onde há grande concentração de infraestrutura de TI. No Complexo do Pecém, por exemplo, nós temos a ZPE Ceará. A equipe de TI da ZPE cearense desenvolveu o SICA (Sistema Integrado de Controle Aduaneiro), um sistema próprio de acesso de pessoas, cargas e veículos na área onde são movimentadas as mercadorias das empresas instaladas. O sistema possui funcionalidades exclusivas e é integrado ao Porto do Pecém e ao sistema da Receita Federal do Brasil (RFB)”, exemplifica afirma Alessandra Grangeiro, gerente de Negócios Industriais e de ZPE do Complexo do Pecém (Cipp S/A).
A especialista lembra que Cipp também tem sistemas inovadores com a RFB como, por exemplo, a visualização de scanner de containers via web, o único na 3ª RF da RFB e a vistoria remota de carga de container via web pelos auditores fiscais, implantados nos últimos meses em função da pandemia. “Nós almejamos nos tornar o principal polo industrial, portuário e logístico do Brasil até 2050”, afirma, destacando um ecossistema digital da qual faz parte a Angola Cables.
Quem reforça isso é Victor Adonai Costa, diretor regional da operadora. “Pretendemos crescer oferecendo um pacote de soluções que vai além do tradicional. Temos em nosso planejamento ser um integrador de serviços e soluções em parceria com o mercado em geral”, detalha. Segundo ele, um ponto importante do trabalho da operadora é atuar como agregador, levando clientes de outras regiões do país, como São Paulo, Rio Grande do Sul e Minas Gerais para o estado e contribuindo para criar um ecossistema de multivalor agregado.
O exemplo de como a empresa africana tem agido no estado é a conectividade com o data center. A instalação impulsionou as iniciativas da A Brisanet Telecom, provedor regional que tem uma estrutura de fibra óptica na região desde 2011. Hoje, a rede dela já representa 60% de toda a fibra óptica local e, no interior do Ceará, a empresa totaliza 80% de toda a infraestrutura de fibra instalada.
“O estado do Ceará é amplamente desenvolvido em termos de conectividade, porque foi o primeiro do país a implementar a fibra óptica. A tecnologia chegou somente depois a estados mais desenvolvidos como São Paulo. Isso faz do Hub do Ceará um dos parques tecnológicos mais relevantes do país”, assegura Roberto Nogueira, CEO da Brisanet. A operadora cearense possui mais 500 mil assinantes e um quadro com mais de 5.000 funcionários, cerca de 400 novas contratações são feitas mensalmente para atender a crescente demanda da empresa.