Mercado depende de regulamentação que está sendo discutida pela Aneel. Especialista aponta potencial de geração de mais de 475 mil empregos no país.
Um mercado bilionário pode começar a se desenhar no Brasil nos próximos dez anos: a ativação de parques solares flutuantes em hidrelétricas. Também conhecidos como fazendas solares flutuantes, os projetos dependem de regulamentação da Aneel e poderão gerar levar à implantação de painéis fotovoltaicos que ampliariam a geração desse tipo de fonte para 128 GW, atraindo R$ 76 bilhões em 10 anos e gerando a criação de 475 mil empregos.
Os números são destacados por Luiz Piauhylino Filho, sócio-diretor da Sunlution, empresa pioneira na tecnologia de geração solar flutuante no país. A companhia tem plantas na Usina Hidrelétrica de Sobradinho (BA), em parceria com a Chesf, e na Fazenda Figueiredo em Cristalina (GO). No estado de São Paulo, tendo como parceiras a BYD e a KWP, a Sunlution implantou para a Emae sistema com flutuadores e painéis totalmente fabricados no Brasil, na Represa Billings.
“Recentemente vimos que as prefeituras e governos estaduais veem nas parcerias público-privadas (PPPs) uma solução para investir em geração limpa. A notícia é boa, mas é preciso ter foco no impacto social positivo da geração de empregos, não só na economia do setor público. Os investimentos vão abrir um novo mercado de trabalho, e interessados devem desde já buscar a qualificação”, argumenta Piauhylino Filho.
A ativação de projetos solares flutuantes também deve impactar no mercado de trabalho. Projeções do setor apontam que 17% dos profissionais deverão migrar para novas funções porque o cenário deverá mudar nos próximos 10 anos. A tendência, no setor de renováveis, é a de que as principais vagas sejam para eletricistas, engenheiros eletricistas e operadores de drones. A planta fotovoltaica abrirá vagas na construção, na operação e na manutenção.
“Empresas dos segmentos de fertilizantes, aço e cimento já demonstram a preocupação de se adaptar ao compliance internacional, que exigirá cadeia limpa na produção. Este é um caminho irreversível porque os mercados vão cobrar”, adianta Piauhylino Filho.