Rede eficiente de ponta a ponta deve ser a meta nos provedores

InfraDigital* – (Branded Content) – 30.11.2020 –  Infraestrutura deve considerar desde o centro de operação de rede (NOC) até o conector corretamente instalado na ponta do assinante. Você pode chamá-los de provedores regionais, provedores de serviços de internet (ISP) ou mesmo operadoras regionais, termo adotado pela Agência Nacional de Telecomunicações (Anatel). A nomenclatura não é […]

Por Redação

em 30 de Novembro de 2020

InfraDigital* – (Branded Content) – 30.11.2020 – 

Infraestrutura deve considerar desde o centro de operação de rede (NOC) até o conector corretamente instalado na ponta do assinante.

Você pode chamá-los de provedores regionais, provedores de serviços de internet (ISP) ou mesmo operadoras regionais, termo adotado pela Agência Nacional de Telecomunicações (Anatel). A nomenclatura não é o principal destaque dos provedores e sim a participação deles na ativação da banda larga fixa via fibra óptica no Brasil. Números de julho de 2020 indicam que essas empresas detêm 18,5% dos contratos de acessos fixos usando fibra no país. E mais: entre julho de 2019 e julho desse ano, elas teriam apresentado um crescimento de praticamente 50%. Em resumo, os provedores regionais formam uma quarta operadora. E uma operadora que não para de crescer e investir em redes.

A expansão da infraestrutura, por outro lado, precisa ser planejada e racional, principalmente porque muitos provedores regionais têm a meta de crescer via aquisições. A rede também precisa crescer de forma organizada para os ISPs que têm a meta de vender seus ativos para investidores em infraestrutura digital, uma tendência que já é realidade no Brasil. Então, para que estes dois movimentos aconteçam dentro das expectativas, os provedores regionais precisam realmente entender como expandir sua infraestrutura e ampliar a oferta de serviços a partir de uma rede eficiente.

Racks adequados, no-breaks e protetores contra surtos nos NOCs
Fabrício Araújo, especialista em redes da Intelbras, avalia que é preciso pavimentar o caminho do provedor desde os seus centros de operação de rede (NOC) até a ponta, na residência ou empresa do assinante, o que pode incluir detalhes como um filtro na forma de tomada ou a substituição de um benjamim perigoso e ineficiente. A oferta de soluções alinhada à demanda dos provedores regionais, segundo ele, é maior nos parceiros que têm uma linha direta com os ISPs e podem entender em tempo real quais são as necessidades dos assinantes. “Os residenciais, por exemplo, têm uma experiência amadurecida de navegação e não aceitam um serviço ineficiente, o qual, por sua vez, pode estar sendo causado por uma instalação mal feita”, adianta o especialista.

O Centro de Operações de Rede, NOC na sigla em inglês, é a ponta do lado do provedor regional e, quanto mais organizado, melhor. O processo envolve desde a instalação de racks moduláveis e que permitam a expansão dos serviços. Podem ser racks de piso, com bandejas deslizantes que facilitem a movimentação dos equipamentos, até os chamados miniracks ou de paredes, adaptáveis às restrições de espaço em ambientes de rede como os pontos de presença (PoPs). “Soluções flexíveis permitem desde a ativação de miniracks com três U até racks de piso com 44 U”, complementa Francis Matos, também especialista da Intelbras, falando do portfólio da empresa.

A organização deve ser literal nos NOCs, incluindo a colocação de frentes falsas nos racks para tampar os vãos neste tipo de equipamento, além, é claro, dos organizadores de cabos, pois onde há NOC sempre haverá uma rede cabeada considerável.

O mesmo deve ser respeitado em relação ao fornecimento de energia e sistemas que garantam a estabilidade da rede em caso de surtos. É claro que estamos pensando em provedores regionais abastecidos por concessionárias tradicionais de energia e, na maioria dos casos, com geradores para manter o NOC funcional em caso de falhas.

“O gerador não entra imediatamente em cena se a rede da concessionária falhar, mas dispositivos como no-breaks fazem esse meio de campo”, explica Matos. Ele avalia ainda que é necessário ter protetores, também popularmente conhecidos como filtros, para ajudar na proteção e na estabilização do suprimento de energia. O interessante, nesse caso, é que eles podem ser adaptados para inclusão dentro dos racks ou para sua ativação no piso. Independente de como serão ativados, é importante entender o dimensionamento de quantos dispositivos serão necessários de acordo com a infraestrutura do Centro de Operações de Rede. O mesmo vale para a ponta final no assinante, assunto do qual já falaremos.

Energia solar viabiliza postes autônomos em redes sem fio
A praticidade dos dispositivos envolvidos na criação de um NOC também faz a diferença. Os protetores sem fusível e que funcionam com um disjuntor que se desarma e pode ser rearmado na eventualidade de surtos são exemplos disso. O uso de sistemas de energia solar é outro caso. A expansão das redes de fibra óptica, um dos destaques dos provedores regionais, não elimina o fato de vários ISPs terem uma infraestrutura de rádio. A malha sem fio existe, inclusive, para atender usuários muito distantes ou regiões que ainda não tenham um retorno financeiro que justifique a ativação de fibra óptica. Em situações como essas, é possível ter módulos solares alimentando a rede, com baterias adicionais que armazenam a energia não usada. A Intelbras tem, inclusive, uma parceria com a Moura, tradicional fabricante de baterias, justamente para manter a oferta completa.

A adoção de um sistema de geração solar de energia deve ser dimensionada corretamente. O primeiro passo é calcular a demanda necessária de energia, processo facilitado por uma calculadora automática da Intelbras especialmente desenhada para isso. O próprio provedor pode iniciar o processo e pensar se vai ser interessante ter sua rede ligada à da concessionária de energia – o que tecnicamente se chama on grid – ou não, o que se denomina de off grid.

Outro viés interessante é que o próprio provedor pode se qualificar para funcionar como integrador e oferecer um portfólio de soluções de energia solar, por exemplo, para seus clientes corporativos.

Há exemplos que mostram que um provedor pode economizar até 95% de seus custos de energia se ativar um sistema de energia solar fotovoltaica integrada à concessionária de energia (on grid). Mesmo em sistemas autônomos, sem ligação com a concessionária, a instalação de postes com energia solar pode ser uma iniciativa interessante, pois o provedor pode acoplar câmeras na mesma infraestrutura e ampliar a oferta de serviços, inclusive sendo um parceiro de projetos de cidades inteligentes. O mesmo poste pode incluir baterias para armazenamento da energia que não foi usada pela rede do provedor.

Transição de EPON para GPON preserva o legado de redes
Ainda falando sobre a infraestrutura de rede, é interessante lembrar que quanto mais flexíveis forem os dispositivos, melhor será para o provedor que pensa numa expansão de serviços modular. É o caso da rede passiva óptica (PON) da Intelbras. Ela foi pensada para uma utilização do EPON, versão mais enxuta e simétrica (downstream é igual ao upstream), assim como do GPON, que agrega mais capacidade de tráfego, entre outras características. Um dos destaques da Intelbras, inclusive,  é o software SIG, que funciona como uma plataforma de provisionamento e configuração nas redes desse tipo.

Flexibilidade significa dizer que os dispositivos como ONUs ou ONTs , instaladas no assinante, seja residencial ou corporativo, não precisarão ser mudadas e nem a infraestrutura óptica. O que muda, no caso de transição, é somente a OLT, ou seja, os equipamentos no NOC, preservando o investimento feito no restante da rede.

Também chamados de concentradores, as OLTs geralmente são classificadas pelo número de ONUs – a unidade na ponta final do assinante – que atendem. Lembrando: uma ONU pode ser pensada para atender mais do que um assinante via cabo de rede ou Wi-Fi, por isso este parâmetro somente deve levar em consideração o número de equipamentos ópticos conectados à OLT. No caso de OLTs destinadas a uma rede EPON, estamos falando de dispositivos que podem atender até . Esse número dobra em relação às OLTs que trabalham com a tecnologia GPON. E mais: para cada porta ativada, será necessário um módulo. Então, a infraestrutura no NOC precisa considerar a conta de quantas portas serão ativadas. Como o sistema é modular, pode escalonar rede na medida da demanda dos assinantes e serviços na ponta.

“Se o negócio está sendo ampliado e o provedor quer fazer a mudança para o GPON, ele muda a OLT e mantém suas ONTs ou ONUs híbridas”, lembra Matos. A mesma flexibilidade ele destaca nas soluções sem fio. São casos onde a rede parte da ativação de estações rádio base no NOC e seguem sem fio até o assinante final. Podem ser ainda situações nas quais a fibra óptica chega até determinado ponto e, a partir daí, o tráfego é suprido por uma infraestrutura wireless, como também é conhecida a rede sem fio. Independente de a rede ser com ou sem fio, o provedor precisa estruturar um NOC que inclua ainda switches gerenciáveis e não gerenciáveis.

Experiência do usuário final deve estar nos planos do provedor
Ainda falando de redes ópticas, é importante pensar nos detalhes. Há um ditado americano que fala que o “diabo está nos detalhes”, então olho neles. Nesse rol a lista inclui passivos ópticos como os cordões usados para a conexão das OLTs aos demais dispositivos. A conversão de equipamentos UPC para APC, por exemplo, é lógica e fácil. Os APCs são portas sinalizadas na cor verde e devem ser interligadas por conexões de cor verde. Ponto final. No caso dos UPCs, estamos falando de portas azuis, sendo interligadas por conectores na cor azul. Não há como errar. Os erros de conexão na casa do assinante, por exemplo, estão entre as causas de reclamações dos clientes. Conexões erradas levam a uma alta atenuação e a uma percepção incorreta sobre a qualidade dos serviços. Detalhes que fazem toda a diferença.

A mesma atenção nos NOCs deve ser mantida em relação ao final da rede óptica na última milha. É a partir das caixas de terminação óptica (CTO) que os provedores – em caso de rede de fibra – vão derivar o acesso via cabo drop para o assinante. Aqui, o processo pode ser feito com conexão rápida ou fast connector, sem a necessidade de fusão de fibra óptica e nem do instrumental para isso, incluindo máquina de fusão. Em caso de se optar pela fusão nessa etapa final, deve-se atentar para o uso dos conectores que vão interligar a rede a partir do CTO às ONTs ou ONUs do assinante.

Agora que chegamos até ele, é interessante desmistificar as ONUs e as ONTs, lembrando que no caso da Intelbras são todas com porta APC e, portanto, verdinhas. “Uma vez instalados corretamente, os mesmos conectores podem ser reutilizados até cinco vezes, otimizando os custos de infraestrutura”, complementa Matos. Ele também nos conta da diferença entre ONUs – mais simples e que podem ser uma bridge com a função de roteador e as ONTs, que tem outras portas integradas, inclusive as de Wi-Fi, sendo portanto um dispositivo mais completo. Nos dois casos, é possível ter recursos ativados remotamente, evitando o envio desnecessário de técnicos ao assinante.

Outro item muito importante em uma rede PON são os splitters ópticos, dispositivos que têm a responsabilidade de dividir o sinal óptico de uma entrada em várias saídas, fazendo com que a “mágica” da tecnologia PON seja possível. Existem dois modelos deste dispositivo, balanceado e desbalanceado, estes dois podem coexistir em uma mesma rede óptica. Portanto, não existe certo e errado ou melhor e pior, e sim o modelo correto para a aplicação necessária.

(*) O InfraDigital é um projeto comum de conteúdo do InfraROI e o do IPNews. Para informações sobre o formato, consulte Jackeline Carvalho (jackeline@cinterativa.com.br), Nelson Valêncio (nelson@canaris-com.com.br) ou Rodrigo Santos (rodrigo@canaris-com.com.br).