Redação – 24.02.2021 –
Tecnologia inédita no Brasil abre uma série de possibilidades para aplicação em áreas como saúde, segurança pública, defesa e meio ambiente
A conexão de internet via satélite, que chega a locais fixos com pouco ou nenhum acesso, agora, poderá ser utilizada em veículos como ambulâncias, viaturas e embarcações, abrindo um leque de possibilidades, desde o combate a incêndios à repressão do tráfico de drogas. A tecnologia, inédita no Brasil, foi apresentada ontem (23/2) no Ministério das Comunicações, em Brasília.
Assim como ocorre com os quase 13 mil pontos do Wi-Fi Brasil espalhados por todo o país, a nova solução permite uma velocidade de conexão de até 20 mega, o suficiente para envio e recebimento de arquivos e mesmo chamadas de vídeo. O dispositivo possui uma série de aplicações práticas para órgãos de segurança pública, saúde e defesa civil, entre outros.
Um exemplo é a possibilidade de uma ambulância do Serviço de Atendimento Móvel de Urgência (Samu) saber durante o trajeto, independentemente de haver ou não sinal de telefonia ou dados móveis, qual é o hospital mais próximo ou mesmo atualizar a equipe médica sobre o estado do paciente, por exemplo. Já as equipes de bombeiros que atuam no combate a incêndios no Pantanal ou Amazônia conseguirão comunicar os respectivos quartéis e enviar todas as informações sobre a situação do local, incluindo fotos e vídeos feitos por drones.
A novidade também tem potencial para auxiliar as Polícias Federal e Rodoviária Federal (PRF) nas operações contra tráfico de drogas e contrabando. Na região Norte do país, onde distâncias são medidas por dias de barco na maior bacia hidrográfica do mundo, o equipamento poderá equipar as embarcações e conectar tripulantes e passageiros ao restante do mundo.
Como é a antena móvel por satélite
O protótipo da antena, que usa a banda Ka (civil) do satélite, está em fase de testes mercadológicos e de desenvolvimento. O dispositivo foi criado com o apoio da Agência Espacial Europeia e pode manter a conexão com o do Satélite Geoestacionário de Defesa e Comunicações (SGCD) a velocidades de até 185 Km/h, mesmo que haja mudanças bruscas de altitude e direção, situação comum no Brasil.
A estrutura possui cerca de 40 quilos, 1,30 metro de diâmetro e é fixada no teto do veículo conectado. A fiação que alimenta o equipamento é ligada à bateria do carro ou da embarcação. Para garantir 100% da precisão necessária, os painéis da antena são fabricados por meio de impressão 3D.
Responsável por operar as frequências civis do SGDC e oferecer internet de alta velocidade a todo o território nacional, a Telebras desenvolve a tecnologia junto à empresa Viasat.