Redação – 14.04.2021 –
A indústria do cimento vendeu 15,3 milhões de toneladas entre janeiro e março de 2021. O volume é 19% superior ao do mesmo período do ano passado, marcado por fortes chuvas, o que prejudica a cadeia de produção de cimento, segundo o Sindicato Nacional da Indústria do Cimento (Snic).
Essa ponderação explica parte da cautela do setor para comemorar o resultado do primeiro trimestre de 2021. Afinal, o crescimento registrado ocorre sobre uma base comparativa ruim. Outros pontos de preocupação, segundo Paulo Camillo Penna, presidente do Snic, é a incerteza econômica e social.
Segundo ele, os principais indutores desse mercado têm sido as condições climáticas favoráveis, a manutenção das obras imobiliárias e a autoconstrução, que ainda desempenha um papel relevante nas vendas de cimento, mesmo sem o auxílio emergencial. Além disso, quando avaliadas as vendas de cimento por dia útil, melhor indicador do setor, houve queda de 6,3% em março, na comparação com o mês de fevereiro. Isso é creditado à antecipação dos feriados e restrições de circulação e do funcionamento do comércio, incluindo lojas de materiais de construção.
O aumento do desemprego, a inflação e a queda da renda completam os influenciadores negativos. “Apesar dos números absolutos apontarem para um crescimento robusto temos que ter cautela, pois neste cenário de inúmeras incertezas, qualquer tipo de projeção de demanda do produto seria um exercício de futurologia sem nenhuma base confiável de dados”, conclui Penna.