Redação – 26.04.2021 –
Operadora deverá fechar o ano com uma infraestrutura de fibra óptica em anel de 700 km, um aumento de 27%
Baseada em Santana do Livramento, a TcheNet é um exemplo de provedor regional que está ampliando a rede para atender o volume de tráfego de telecom. Além da cidade sede, que tem 90 mil habitantes, a operadora regional tem rede nas vizinhas Alegrete (80 mil habitantes), Don Pedrito (40 mil), Quaraí (30 mil) e Manoel Viana (9 mil), entre outras. Hoje, o provedor tem uma infraestrutura de fibra óptica de 550 km e deve fechar o ano chegando a 700 km.
“Desde que percebemos a viabilidade de termos a tecnologia WDM com base em equipamentos de custo otimizado e que podem ser adquiridos em etapas, nossa rentabilidade subiu mais de 200% ao ano e o portfólio de serviços passou a contar com produtos com classe de operadora premium”, afirma Andres Refatti Cheguhein, fundador e CEO da TcheNet.
Além da venda de serviços baseados na internet (IISP), a operadora partiu para o marketing cruzado, abrindo lojas de produtos e serviços de Internet fixa e móvel. Outro ponto positivo da operação é que a TcheNet, estando a uma rua de distância do Uruguai, passou a operar com links alugados de banda larda adquiridos da estatal Uruguaia Antel, a custos menores que os praticados pelas operadoras brasileiras.
Atualmente, todas as plantas de concentração e distribuição de trafego da TcheNet são baseadas em estrutura digital da Raisecom, fabricante de soluções de telecom que destaca o crescimento dos provedores regionais. A estrutura de parceria combina os 150 funcionários da TcheNet, com suporte próprio em todos os municípios em que atua, e o apoio da Raisecom e seus parceiros.
“O maior exemplo do dinamismo setorial na arena dos ISPs é dado por empresas de atuação em áreas de baixa densidade populacional, que vêm preenchendo lacunas de operadoras e crescendo em ritmo até superior ao da demanda”, firma Victor Fila, Sales Manager da Raisecom, citando o exemplo da TcheNet.
Segundo ele, a fabricante está disseminando uma nova plataforma de transporte óptico (OTN) que viabiliza a transmissão de até 200 Gbps de tráfego num equipamento de apenas 1U (cerca de cinco vezes mais compactos que os dispositivos congêneres). O objetivo do dispositivo (Série iTN8600-I) é de se adaptar às condições de espaço racionalizado e à necessidade de economia de energia nos datacenters e nas plantas dos provedores.
“Ele permite facilitar o upgrade das redes desses provedores para serviços de banda ultra larga, num momento em que os ISPs já superam as operadoras de telecom no suprimento de Internet residencial no país”, complementa o executivo.
De acordo com Márcio Cachapuz, Country Manager da Raisecom Brasil, os provedores de Internet brasileiros estão multiplicando a capacidades de tráfego e gerenciamento de serviços de suas redes para suprir a um crescimento vertiginoso da demanda, principalmente de serviços residenciais de banda ultra larga.
Com o isolamento social, num hiato de poucos messes, as famílias passaram a consumir, com muito mais avidez, aplicações com vídeo intensivo, interatividade, games, streaming, ferramentas de escritório e infinidades de aplicativos móveis devoradores de tráfego, assinala Cachapuz.
Ele lembra que, no dia 7 de março último, a central de acompanhamento de tráfego de Internet no Brasil (IX.br) detectou o maior pico já realizado na “web” brasileira, superando pela primeira vez a taxa de 16 Tbit/s (Terabits por segundo), sendo que, em São Paulo, o Ponto de Troca de Tráfego local registrou um salto de demanda de 60% em um ano.