Redação – 12.08.2021 – Setor se manteve estável no último mês, com vendas de 5,9 milhões de toneladas; acumulado do ano também diminuiu
Mesmo com um primeiro semestre bastante animador, a indústria do cimento diminuiu o crescimento em julho. Após seis meses seguidos de alta, o mês apresentou variação de 0,2% em comparação com o mesmo período de 2020. Foram vendidas 5,9 milhões de toneladas, considerado estável pelo Sindicato Nacional da Indústria do Cimento (SNIC), que compilou os dados.
Já o acumulado no ano diminuiu o crescimento em 2,4 pontos percentuais, atingindo 13,4% com 37,5 milhões de toneladas vendidas. O cenário de forte crescimento observado no início do ano, principalmente, em função de uma base de vendas muito fraca do mesmo período no ano passado, demonstra agora um arrefecimento.
Em linha com as previsões do setor, o efeito estatístico, que até maio favoreceu o crescimento, a partir de junho passou a impactar negativamente a performance de vendas do produto, projetando alta menores para os próximos meses.
A indústria cimenteira também tem que enfrentar o desafio da inflação. De acordo com o SNIC, o coque, maior custo do setor, apenas em 2020 aumentou 125% e em 2021 já acumula mais 60% de alta. Outros insumos como energia elétrica, frete, sacaria, gesso e refratários também vêm tendo forte incremento de preços.
Mesmo com o bom desempenho das vendas, puxado principalmente pelas reformas, a autoconstrução (residencial e comercial) e a continuidade de obras do setor imobiliário, os reajustes dos insumos comprometem a sustentabilidade financeira do setor.
Expectativa de crescimento
O setor mostra otimismo para 2021, influenciado pela expectativa de crescimento econômico e no avanço da vacinação, o que deve levar o mercado de cimento a um crescimento de 6% no ano. O SNIC aponta que ainda há boas perspectivas para a atividade em função do bom desempenho do mercado de construção e do financiamento imobiliário com recursos do SBPE – que teve alta de 405% no 1°semestre.
No entanto, a indústria segue de perto a evolução das discussões no legislativo sobre as reformas tributária e administrativa, além do aumento da taxa SELIC, que diminui o interesse em construções imobiliárias. O desemprego também preocupa o setor.