Redação – 17.01.2022 – Cbic aponta que ainda há perspectiva de aumento para 2022, mas em patamar menor, de 2%
De acordo com dados da Câmara Brasileira da Indústria da Construção (Cbic), em levantamento feito com o Senai, a construção civil deve crescer 7,6% em 2021, o que seria o melhor desempenho apresentado nos últimos dez anos. Em 2022, também é possível que haja aumento no setor, mas menor, de 2%, desde que a economia brasileira cresça entre 0,5% e 1%. O crescimento inferior ao de 2021 na projeção se deve, de acordo com a entidade, pela alta das taxas de juros dos financiamentos, a queda do poder de compra da população e o mercado de trabalho fragilizado.
Essas projeções são confirmadas por representantes do setor, como o engenheiro civil Matheus Moura, da Construtora Vizotto Moura. “No final de 2021, o setor ficou ainda mais aquecido com a injeção do 13º e o clima de otimismo do mercado com o avanço da vacinação; 2022 já dá sinais de que o crescimento vai ser mantido”, afirma o engenheiro.
Para 2022, a Cbic aponta que a construção civil deve crescer sustentada pelas obras que já estão contratadas e, especialmente, pelo incremento nos investimentos públicos e privados em infraestrutura, principalmente em programas de logística e transporte. A entidade defende que não será possível manter o atual nível de desempenho se não forem tomadas medidas urgentes para repor a capacidade de compra das famílias de baixa renda, com enorme risco de retrocesso na atividade.
Cenário não é tão positivo
A Cbic lembra que, apesar do resultado positivo, o setor ainda está 27,44% inferior ao seu pico de atividades, alcançado no início de 2014. Além disso, a indústria de construção vem registrando aumentos persistentes no custo do setor. De janeiro a novembro de 2021, o Índice Nacional de Custo de Construção (INCC) subiu 13,46%. O indicador está em seu maior patamar desde 2003.
A entidade aponta que desde o início do segundo semestre de 2020 os materiais de construção vêm registrando forte aceleração. O INCC Materiais e Equipamentos registrou aumento de 42,25% de julho de 2020 a novembro deste ano. Neste período, os insumos que apresentaram as maiores elevações foram: vergalhões e arames de aço ao carbono (+92,44%), condutores elétricos (+72,10%), tubos e conexões de PVC (+69,09%) e eletroduto de PVC (+53,94%). A Cbic aponta que o maior vilão do setor foi o aumento de custos.