Redação – 08.02.2022 – Foram 4,6 milhões de toneladas comercializadas, queda de 8,6% no ano a ano e de 3,7% na comparação mensal
A indústria do cimento registrou um início de 2022 com desempenho de vendas desfavorável. A comercialização do insumo no Brasil em janeiro totalizou 4,6 milhões de toneladas, quedas de 8,6% em relação ao mesmo mês de 2021 e de 3,7% frente a dezembro do ano passado, de acordo com o Sindicato Nacional da Indústria de Cimento (SNIC).
Na comparação por dia útil (melhor indicador que considera o número de dias trabalhados e que tem forte influência no consumo de cimento) as vendas do produto registraram em janeiro 197,4 mil toneladas, uma redução de 10,8% em comparação ao mesmo mês do ano anterior e de 3,9% em relação a dezembro de 2022.
O SNIC aponta que o resultado foi puxado pelo agravamento da situação econômica do País e as questões de natureza sanitária (como a nova variante ômicron e os surtos de gripe). As altas da inflação e dos juros, o crédito imobiliário menos acessível e o endividamento das famílias – que só deve se alterar com a recuperação do mercado de trabalho.
Outro fator que diminuiu o retrospecto do setor foi o mau desempenho da região Sudeste, maior produtor e consumidor de cimento, com retração de 13,3% frente a janeiro de 2021. Isso foi causado, principalmente, pelas fortes chuvas que atingiram praticamente todo País, com destaque para São Paulo e Minas Gerais, foram as principais razões da baixa performance do período.
Indicadores pessimistas
Todos os indicadores de confiança apontam uma piora nesse início do ano. De acordo com o estudo da Fundação Getúlio Vargas, os índices do consumidor – que sem o suporte dos benefícios emergenciais continuam postergando consumo e dependendo da recuperação do mercado de trabalho – da construção e dos empresários mantiveram a trajetória de queda e revelaram um pessimismo mais acentuado causado pelo cenário geral da economia.
O setor também segue pressionado com os constantes aumentos de custos dos insumos, principalmente energias elétrica e térmica (coque), sacaria e refratários, entre outros. Registra-se ainda um arrefecimento nas vendas de cimento destinadas ao autoconstrutor – ocasionado pelo alto desemprego, endividamento e diminuição da renda.
Os principais indutores da atividade em janeiro permanecem sendo a continuidade das construções imobiliárias – principalmente empreendimentos de médio e alto padrão – e a retomada, ainda que modesta, de obras de infraestrutura.