Redação – 07.04.2022 – Projeto Yara, que é patrocinado pela Diebold Nixdorf Brasil, vai utilizar sensores para coletar e depois analisar índices de qualidade da água em Parintis e Manaus
Para monitorar a qualidade da água da bacia do Rio Amazonas, o Projeto Yara, promovido pela Universidade do Estado do Amazonas (UEA), desenvolveu uma plataforma para análise automática e em tempo real das águas da região. Na cidade de Parintins, por exemplo, serão instalados sensores eletrônicos especialmente projetados para a coleta e análise de parâmetros como índice de pH, temperatura, condutividade, turbidez, quantidade de oxigênio dissolvido nas águas, entre outros.
Vista como uma ação disruptiva na região, a plataforma de coleta de dados Yara terá como principal missão reduzir o tempo e os custos envolvidos no monitoramento das águas dos rios, tornando o processo de análise e acompanhamento da bacia do Rio Amazonas mais ágil e confiável.
A extensão e a dificuldade de acesso do Rio Amazonas é o maior desafio do projeto, segundo explica um dos idealizadores do projeto, Carlossandro Albuquerque. “A coleta de amostras para a análise laboratorial das águas de todos os rios demanda um esforço sempre muito grande e que, às vezes, pode se deteriorar no transporte ou manejo do material coletado. O programa busca reduzir esses desafios ao permitir a coleta automatizada da água”, diz o professor.
Quem também está ajudando no Projeto Yara é a provedora de tecnologia Diebold Nixdorf Brasil, que conta com uma fábrica em Manaus. O apoio da empresa vai viabilizar a construção de um importante ecossistema digital que permitirá o desenvolvimento do projeto, além de estudos sobre possíveis parcerias.
A ideia para tornar a análise das águas mais rápida é instalar um conjunto de mini estações de coleta de dados automática, iniciando no porto de Parintins. A cidade é considerada estratégica para a aplicação do programa, uma vez que a localização fica na região central da bacia Amazônia, após a drenagem dos principais afluentes do maior rio do planeta. De forma prática, estas miniestações serão compostas de sensores e transmissores especialmente projetados para resistir às intempéries, resíduos e predadores do ambiente.
Desenvolvimento de tecnologia
André Printes, outro professor da UEA que também participa do projeto, destaca que um desafio é projetar o hardware certo para resistir aos períodos de cheias e vazantes, assim como o volume de lama, pedras e galhos, que podem enroscar ou impedir a análise correta. “Outra característica é a presença de animais que podem atacar a instalação”, acrescenta.
Além do hardware, o projeto Yara também desenvolverá um software específico para a transmissão, armazenamento e análise de dados. “Temos de garantir que os registros feitos sejam enviados de forma automática e confiável para todos os nossos laboratórios em Manaus e Parintins, bem como, depois, para outras instituições públicas e privadas que, por ventura, se interessem e possam ajudar na gestão e preservação da natureza na Amazônia”, reforça o professor Albuquerque.
A iniciativa do Yara também irá contribuir para a construção de uma base histórica dos resultados obtidos para as comparações e verificações necessárias para um mapeamento completo. “Já iniciamos um ponto muito importante que é a digitalização dos resultados e padrões que vamos analisar diariamente. Vamos criar um registro único, com o compilado de informações recentes para contribuir no monitoramento da água”, explica o professor José Camilo Ramos.