João Monteiro – 27.04.2022 – Especialistas participaram de fórum sobre o setor e mostram otimismo com melhora do nível de investimentos
No Fórum de Saneamento e Recuperação Energética, evento realizado ontem (26/4) de forma online e presencial em São Paulo (SP), foi destacado o papel do Marco Legal do Saneamento em trazer mais investimentos para o setor. Especialistas tanto do Instituto Trata Brasil quanto do BNDES apontaram expectativas de que será possível chegar mais perto das metas de universalização dos serviços de água e esgoto, que devem ser atendidas até 2033.
Luana Pretto, CEO do Instituto Trata Brasil, apontou a correlação entre os investimentos de empresas do setor com bons indicadores de saneamento. As 20 cidades mais bem colocadas no Ranking do Trata Brasil investem cerca de R$ 120 por habitante ao ano, enquanto as 20 piores chegam a apenas R$ 48.
Com o Marco Legal do Saneamento, a expectativa é de melhora. “Em 2021, conseguimos melhorar bastante o investimento anual em saneamento em comparação ao PIB”, destacou a especialista. Isso por causa dos leilões fechados no ano passado, que devem injetar R$ 37,5 bilhões ao longo das concessões fechadas (que podem durar até 35 anos).
Fábio Abrahão, diretor de Concessões e Privatizações do BNDES, também se mostrou otimista, destacando o leilão do Bloco B de Alagoas, que reunia cidades do Sertão e do Agreste, que, em teoria, não atrairiam atenção. Vencido pelo Consórcio Alagoas, formado por Allonda e Conasa, o lance conjunto alcançou R$ 1,2 bilhão em outorgas e futuros investimentos.
Para ele, isso foi resultado da criação de um ambiente propício para os negócios, algo proporcionado pelo Marco Legal do Saneamento. A expectativa dele é que mais leilões aconteçam, já que a carteira de privatização do setor é grande e, segundo ele, apenas cerca de 5% do Brasil conta com atuação de empresas privadas nos serviços de água e esgoto. Para 2022, há mais R$ 12,7 bilhões de investimento previsto a partir de novos leilões, de acordo com estimativas do Radar PPP.