Entidades que trabalham na Amazônia são contra grandes projetos de infraestrutura na floresta

Redação – 11.07.2022 – Carta de Alter, documento final de encontro promovido por GT Infraestrutura, defende um desenvolvimento para as pessoas e com o meio ambiente  Após três dias de debates em Alter do Chão (PA), organizações socioambientais, pesquisadores e cientistas de todo o País, lideradas pelo GT Infraestrutura, apresentaram um documento com as propostas de infraestruturas […]

Por Redação

em 11 de Julho de 2022
Redação – 11.07.2022 – Carta de Alter, documento final de encontro promovido por GT Infraestrutura, defende um desenvolvimento para as pessoas e com o meio ambiente 

Após três dias de debates em Alter do Chão (PA), organizações socioambientais, pesquisadores e cientistas de todo o País, lideradas pelo GT Infraestrutura, apresentaram um documento com as propostas de infraestruturas consideradas prioritárias para a região amazônica. Chamada de Carta de Alter, o documento é contra grandes projetos de infraestrutura na Amazônia.

Segundo Maura Arapiun, secretária do Conselho Indígena Tapajós Arapiuns, que participou do encontro, a exigência é para projetos pequenos que fortaleçam a Amazônia. “A principal infraestrutura da Amazônia é a floresta em pé”, afirma. Junto com o GT Infraestrutura, uma rede focada no estudo e debate da infraestrutura na Amazônia com foco no socioambiental, ela quer articular ações e soluções frente aos velhos e novos desafios da região, “agravados por um governo que apoia ilegalidades e atividades desestruturadoras da floresta e de suas comunidades”, completa. 

“O Brasil pode ajudar o planeta a mitigar os efeitos da crise climática. No quesito infraestrutura, para tanto precisamos de infraestrutura PARA a Amazônia e não apenas NA Amazônia. Devemos considerar fundamentalmente o respeito e a promoção de arranjos socioprodutivos capazes de conviver com a floresta e garantir o acesso a direitos básicos como saúde, educação, energia e saneamento”, diz trecho da carta.  

O encontro reuniu e articulou movimentos locais, lideranças indígenas e ribeirinhas, movimentos dos atingidos por barragens, organização da sociedade, academia e jornalistas para conversar sobre os caminhos para a construção coletiva de uma economia sustentável na região. O agravamento do processo de devastação da Amazônia e as ameaças e assassinatos de lideranças e de defensores foram alguns dos motivadores da iniciativa.