Redação InfraDigital – 18.07.2022 – Novo episódio de podcast trata da digitalização do varejo e mostra como o Tenda Atacado tem endereçado as demandas de conectividade que se abriram com este processo
No novo episódio do Podcast Conexão InfraDigital, o papo é sobre a demanda por conectividade no setor de varejo, um dos maiores aí da economia brasileira. e que inaugurou mais de 200 mil lojas em 2021. O principal desafio do lojista hoje é entregar ao consumidor uma experiência semelhante e que ele vivencia no e-commerce.
Leandro Taveira, CTO do Grupo Tenda Atacado, conta como a empresa enfrentou esse desafio e como tem dado uma nova experiência aos seus clientes. Com a participação de Antenor Nogara, country manager da HPE Aruba no Brasil, o podcast mostra como essa digitalização abre um mercado para os provedores de Internet (ISP).
Leia trechos do bate papo:
Os consumidores estão muito mais digitalizados do que antes da pandemia. As prioridades e os desafios dos gestores de tecnologia das empresas varejistas também mudaram para acompanhar essa evolução?
Leandro Taveira: Na verdade, mudaram e aumentaram. O aumento de compras online requer uma tecnologia de ponta por trás para suportar a demanda e a experiência de compra também. Para os clientes que vão até as lojas, a tecnologia precisa ser olhada com atenção, porque eles querem fazer uma compra rápida. Quer encontrar o produto que ele foi buscar e sair rápido da loja. E fazer a compra rápida significa ter tecnologia funcionando por trás disso. Especialmente no Tenda Atacado, é muito utilizado os dados das preferências do cliente a partir do que ele comprou, que fica guardado conosco para atrair novamente esse cliente e oferecer os produtos corretos para ele.
O conceito de loja conectada (que usa soluções tecnológicas como self checkout e vendedores com smartphones e tablets para dar assistência aos clientes) é algo que deve se tornar fundamental?
Leandro Taveira: Sem dúvida. A tecnologia na loja é fundamental, assim como a autonomia que a gente dá para os nossos clientes. Não podemos tirar isso, pelo contrário, a gente tem que avançar cada vez mais. Os nossos clientes não querem perder tempo na loja, eles têm o negócio deles para cuidar (clientes do Tenda, assim como de outros atacados, normalmente são donos de lanchonetes e bares). E esse cliente ele busca autonomia na compra utilizando o self checkout fazendo a compra dele sem o envolvimento com outras pessoas, fugindo das filas.
Quais são as tecnologias que podem ser consideradas padrão na digitalização do varejo?
Antenor Nogara: Hoje, nós estamos falando de sistemas de conectividade que apoiam videovigilância, nas transações, que precisam ser feitas de forma segura, existem modelos como PCI. Nós também temos que ultrapassar o espaço de venda e olhar para os depósitos, que também precisam ser altamente automatizados para dar eficiência na entrega. Tem um desafio de conectividade grande não só para equipamentos móveis, mas também aqueles outros equipamentos, como as empilhadeiras e sensores de rastreamento de ativos dentro do espaço de armazenamento.
Também é fundamental que se tenha um ambiente de rede integrado. E isso tem que vir desde o data center, esteja ele na sua própria empresa ou na nuvem, até os dispositivos darão conectividade para sua infraestrutura e eventualmente entregar Wi-Fi para os consumidores. É preciso que seja integrada, segura e gerenciada para diminuir o esforço de administração e o custo de operação.
O Tenda concluiu, em 2020, um projeto de migração dos sistemas para o ambiente de nuvem, algo que exige muito dos links de conectividade também. Qual a sua avaliação sobre a oferta de conectividade no Brasil?
Leandro Taveira: A conectividade é fundamental e, na minha percepção, os serviços de telecomunicações no País evoluíram, especialmente nos grandes centros. As lojas não necessariamente estão em um grande centro ou num bairro que tem uma boa abrangência de serviço de telecomunicações. Nas cidades menores, a abrangência de telecomunicações ainda é muito restrita, tem muita coisa a ser melhorada. Entendo que a gente estagnou nos últimos poucos anos e sofremos com isso, por exemplo, quando a gente fala de uma loja que precisa estar conectada e precisa de links de telecomunicações.
Está aí justamente uma grande oportunidade para os provedores regionais? De oferta de serviços de conectividade nas cidades menores e nos bairros mais afastados?
Leandro Taveira: Exatamente. Inclusive, essa é a nossa alternativa. Nem sempre as grandes operadoras chegam até as nossas lojas em cidades menores e aí vamos em busca daquilo que tem disponível ali, que muitas vezes são os provedores locais. Mas a gente precisa, obviamente, trabalhar com redundância com mais de uma operadora para garantir a conectividade a disponibilidade de sistemas para as lojas. E aí vamos em busca dessas pequenas operadoras, que normalmente tem backbones mais enxutos, com menos redundância. São riscos que a gente acaba tendo que correr porque a gente tem no país uma necessidade de aumento de capilaridade de infraestrutura de telecomunicações que precisa ser evoluída.
Como o provedor pode aproveitar essa deficiência apontada pelo Leandro Taveira?
Antenor Nogara: Quando se pensa em redes do tamanho do Tenda, tem que entrar outros serviços de valor agregado, que não só o link propriamente dito. É o link seguro e gerenciado, é a estrutura de rede Wi-Fi dentro da loja e dentro do armazém… é a utilização dessa conectividade através de SD –WAN, ou seja, fazendo otimização de aplicações para nuvem. Independentemente de onde estão essas aplicações, que essa comunicação seja a mais efetiva possível, independente da largura da banda contratada, ela sempre vai buscar os melhores caminhos e vai entregar com a maior eficiência possível. Então existe um universo de oportunidades para ser explorado. Na verdade, eu iria até além. Videovigilância, por exemplo, que é uma demanda dos varejistas, também é apoiado por rede IP de forma que é mais um espaço que se apresenta para a rentabilização de serviço dos ISP.
Ouça o episódio completo aqui: