Redação – 24.08.2022 – O setor é um dos segmentos com maior potencial para reaproveitar lixo urbano não reciclável por meio de tecnologias como o coprocessamento
Celebrado em 27 de agosto, o Dia Mundial da Limpeza Urbana reforça a conscientização da sociedade para o descarte correto do lixo. Para cumprir seu papel ambiental, a indústria do cimento tem dado mais atenção à destinação dos resíduos, evitando que eles sejam dispostos em aterro. Só isso já ajuda a diminuir a emissão do metano, que é cerca de 25 vezes superior à do CO2 emitido na produção do cimento.
Para dar um fim correto aos seus rejeitos, o setor tem investido em tecnologia de coprocessamento, que transforma resíduos sólidos urbanos, industriais e passivos ambientais em energia térmica. Neste processo, o resíduo substitui parte do combustível que alimenta a chama do forno – que transforma argila e calcário em clínquer (matéria-prima do cimento).
O setor do cimento também pode contribuir no aumento da vida útil dos aterros sanitários e industriais e, principalmente, com as metas públicas de eliminação de lixões e aterros controlados, um grave problema ambiental. Com a tecnologia de coprocessamento, o setor atua na redução das emissões de CO2, através do uso do CDRU (Combustível Derivado de Resíduos Urbanos) em substituição ao coque de petróleo – combustível mais utilizado no processo de fabricação de cimento.
Investimento do setor
Segundo a Associação Brasileira de Cimento Portland (ABCP), estão previstos investimentos de R$ 3,5 bilhões até 2030, compreendendo a implantação das unidades de preparo do Combustível Derivado de Resíduos (CDR) e adequação das fábricas de cimento.
O montante seria suficiente para atingir o patamar de 3 milhões de toneladas de CDR anualmente, segundo a ABCP. Isso corresponderia a cerca de 400 mil caminhões compactadores cheio de lixo que não serão mais dispostos em aterro.
Os principais exemplos de resíduos coprocessados pela indústria do cimento são os resíduos industriais; pneus usados; resíduos da agroindústria (como palha de arroz, casca de babaçu e caroço de açaí), e mais recentemente os Resíduos Sólidos Urbanos – fração não reciclável.