Amanda Thomaz* – 29.11.2022 –
O ecossistema do mercado da arquitetura, engenharia e construção civil (AEC) é composto por um amplo leque de empresas, que atuam nos segmentos de edificações, plantas industriais e infraestrutura. No atual contexto, as companhias brasileiras vêm investindo na ampliação de seus negócios, mas ainda esbarram em alguns gargalos quando o assunto é adoção de tecnologia na construção.
Entre eles estão a barreira financeira para a implementação de hardwares e softwares, desenvolvimento de treinamentos, além da falta de estrutura e de profissionais qualificados para manutenção desses recursos.
Contudo, a metodologia BIM (Building Information Modeling), que já é uma realidade nos mercados norte-americano e europeu, vem avançando no Brasil com maior celeridade. O BIM é capaz de mensurar o valor do investimento em projetos, fazer a gestão das informações e aprimorar a colaboração e a transparência. A metodologia não só foca no desenvolvimento de projetos, mas acompanha desde o estudo de viabilidade até a manutenção do projeto e experiência do cliente.
Os resultados do BIM impressionam. A metodologia é capaz de reduzir custos de 10 a 20%; garantir a precisão no orçamento em até 27%; diminuir o tempo de execução de projeto de 10 a 40%; e reduzir os erros no projeto em até 80%.
Graças a essas diversas vantagens, a tendência é de crescimento cada vez mais acelerado da metodologia apoiada por diversas soluções que vem justamente com o objetivo de suprir os principais desafios do setor.
Principais desafios para a implementação de tecnologia na construção
Para que possa se manter competitivo diante da rápida transformação digital que vivemos, o mercado de AEC tem enfrentado novos desafios como dados analógicos desconectados, que geram falta de visão para tomada de decisão; fluxo de trabalho fragmentado, no qual tem-se perda de informações que geram omissões, retrabalho e, consequentemente, aumento de custos; falta de padrões, que ocasionam mais tempo de projeto e mais custos operacionais; e equipes distribuídas e isoladas, o que gera falta de transparência e alinhamento entre as partes.
Além disso, o setor também enfrenta outros grandes desafios como a necessidade de aperfeiçoar o controle de ativos, aprimorar a experiência do cliente e a rastreabilidade, bem como reduzir o impacto ambiental.
Quando se trata de sustentabilidade, uma das demandas do mercado é a redução de papel nas obras a fim de acompanhar as práticas ESG (Environmental, Social and Governance), que hoje são uma tendência. Com a metodologia BIM alinhada a tecnologia é possível reduzir em até 97% esse problema, tendo mínimo impacto social e ambiental.
A evolução tecnológica vem atuando diretamente nesses desafios para apoiar toda cadeia de processos do setor de AEC, e atualmente dispõe de soluções que realizam a gestão de projetos, o controle das informações e da comunicação, e a análise de custos.
Ao colocar todas as partes envolvidas em um projeto trabalhando no mesmo modelo, diminui-se consideravelmente os erros em seu desenvolvimento, o que pode impactar em milhões de custos reduzidos com retrabalho.
As soluções também ajudam a mitigar riscos graças ao acompanhamento em tempo real, melhorando a qualidade, a segurança e a produtividade dos projetos de engenharia e construção.
Desta forma, fica clara a necessidade de pensarmos constantemente na transformação digital no setor para que os negócios não sofram por falta de adaptação a um novo mundo tecnológico.
*Amanda Thomaz é Head de AEC da Pars, distribuidora de softwares referência em soluções para o mercado de AEC.