Renan Galvão* – 09.01.2023 –
Inovar é sinônimo de sobrevivência. Ofertar mais do mesmo, não é mais uma opção. É preciso pensar no futuro, estudando as boas práticas investidas no mercado e como utilizá-las a seu favor. Apesar de essa ainda ser uma estratégia pouco madura em alguns segmentos, a construção civil se mostra atenta a esse movimento – onde, em meio a um cenário de grandes mudanças, vem cada vez mais incorporando tecnologias e recursos pautados na inovação para otimizar os campos de obra e, assim, criar uma gestão muito mais robusta para seu desempenho.
Apesar de ter enfrentado desafios severos no início da pandemia, a construção civil vem recuperando seu fôlego e retomando seu crescimento econômico favorecido, sem dúvidas, pelo apoio irrestrito da tecnologia em seu dia a dia. Em resposta a esse investimento, o setor registrou um aumento de 9,9% no segundo trimestre de 2022 em comparação com o mesmo período do ano anterior – o segundo com maior crescimento no segmento industrial.
Para se manterem pioneiros, é necessário continuar trazendo essas inovações para suas rotinas, criando uma cultura de inovação forte que contribua para a conquista de resultados cada vez melhores. Dentre tantos avanços, confira os mais importantes a serem incorporados em 2023.
#1 Industrialização da construção: hoje, não faz mais sentido manter diversos processos manuais nas obras, se o setor possui à disposição diversos recursos capazes de automatizar e agilizar sua rotina. A industrialização da construção pode ser aplicada em diversas funções do segmento – das responsabilidades de logística, às de montagem. Quanto mais presente estiver, cria-se um ritmo sequencial mais otimizado em termos de prazo e custo, o que eleva a produtividade e reduz desperdícios.
#2 Simplificação tecnológica: há alguns anos, a construção civil já faz uso de recursos extremamente benéficos para a assertividade dos canteiros – como a realidade aumentada, visualização das obras em 3D e ambientes virtuais. Mas, não adianta dispor dessas ferramentas, sem que tenham uma usabilidade amigável e saibam ser utilizadas pelos profissionais. Mesmo as tecnologias mais inovadoras podem – e devem – ser simplificadas ao serem incorporadas, explicando aos times como manuseá-las e, principalmente, a importância de serem utilizadas em seu dia a dia. Nessa tarefa, contar com um departamento de inovação fará toda a diferença, para que analisem a melhor maneira de conduzir esse processo internamente.
#3 ESG: a redução dos impactos ambientais é uma pauta latente do mercado e, inevitavelmente, não pode ficar de fora das tendências a ser priorizada pelo setor. Seja na escolha dos materiais em si, nas finanças do negócio ou em sua governança, a sustentabilidade deve caminhar junto com a inovação no setor, o incentivando a desenvolver projetos menos agressivos ao ecossistema a partir da criação de processos e políticas que estimulem a sustentabilidade e que promovam o bem-estar. Fora a economia de recursos, a incorporação do ESG nas obras é um ótimo atrativo para investidores e seu crescimento financeiro.
#4 ISO de inovação: implementar uma cultura inovadora nem sempre é simples ou fácil. Por isso, cada vez mais empresas estão encontrando na ISO de inovação o apoio que precisam – inclusive, na construção civil. Essa metodologia, completamente adaptável às necessidades de cada negócio, compreende todas as dores da empresa e seu estado atual para elaborar um plano de inovação de acordo com as metas desejadas. Sua implementação contribui para uma melhora nos processos e otimização das rotinas a partir das melhores ideias encontradas a serem colocadas em prática. Para aquelas que realmente desejam incorporar a inovação, contar com este apoio é essencial.
Apesar de ainda termos muito no que avançar nesse aspecto, grandes empresas já estão mostrando a importância de se atentar às tendências inovadoras do mercado para incorporá-las na construção civil. Diversas tecnologias robustas estão disponíveis para serem exploradas a favor do setor, capazes de trazer ótimos resultados – desde que se preocupem não apenas em adotá-las, como também gerenciá-las em tempo real a fim de medir constantemente as conquistas das ações instauradas.
Não há como escapar deste fenômeno da “digitização” no segmento. Mas, a única maneira de conquistar tais feitos é se a inovação se tornar parte indissociável do negócio. Sua adoção deve ser encarada como algo contínuo ao invés de uma ação transitória, sendo medida e ajustada constantemente para a manutenção de sua eficácia. Aquelas que se atentarem a esses detalhes, certamente conquistarão destaque em meio a concorrência.
*Renan Galvão S Wanderley é proprietário da Modoit.io, consultoria de implantação de tecnologia voltada para construção civil e associado da PALAS, consultoria pioneira na ISO de inovação na América Latina.
