Redação – 19.01.2023 – Ministro apresentou plano para o início de governo, contemplando ações para garantir qualidade de rodovias e até ajudar no escoamento de produção agrícola
O Ministério dos Transportes (MT) apresentou ontem (18/1) seu plano para os primeiros 100 dias de governo e elegeu a recuperação de rodovias públicas como um dos focos. O ministro da pasta, Renan Filho, afirma que 861 quilômetros de rodovias vão ser construídos ou recuperados no período, resgatando a qualidade das estradas brasileiras a partir da recomposição do orçamento da pasta.
O custo do plano de 100 dias será de R$ 1,7 bilhão e envolve outros quatro pontos, como prevenção de acidentes e redução de mortes, medidas para escoamento da safra, pronto atendimento em rodovias e ações para atração do investimento privado.
Boa parte desse valor será mesmo destinado às obras, que vão envolver ainda a construção e revitalização de 72 pontes e viadutos até abril deste ano. Parte das ações em rodovias que o MT já se comprometeu a investir são:
- Concluir a duplicação e fazer a concessão da BR-381
- Concluir a duplicação da BR-101
- Concluir a duplicação da BR-116
- Manutenção da BR-364
- Duplicar a BR-080/DF
- Concluir a duplicação da BR-386
- Concluir a duplicação da BR-470
Ainda há a previsão para o início de obras em outros 670 quilômetros, que abarcam 572 quilômetros de rodovias a serem revitalizados, 92 quilômetros de novas estradas a serem construídas e entregues e seis quilômetros de segmento crítico, além da construção de uma ponte. Essas obras, no entanto, não têm previsão de entrega.
Escoamento da safra
A iniciativa de revitalização de rodovias vai de encontro com outro foco do ministério, que é auxiliar no transporte da produção agrícola do Brasil. Segundo Renan Filho, a safra deste ano será recorde e há o desafio de garantir que ela seja escoada para o seu destino.
Haverá um trabalho com outros ministérios para garantir o processo, onde a pasta da agricultura vai apontar os dados sobre projeção da colheita e o cronograma, enquanto portos e aeroportos ajudam com agendamento e capacidade de exportação. Os ministérios da Defesa e o da Justiça vão prestar apoio e monitoramento.
Já o MT se comprometeu a intensificar a manutenção das principais rodovias por onde os caminhões vão transitar, incluindo a manutenção e até substituição de pontes de madeira. Ao menos dez rodovias farão parte desse planejamento, além de garantir o tráfego na malha paulista. A pasta de Transportes também prometeu promover reuniões com operadores rodoviários e ferroviários para alinhar ações.
Qualidade das rodovias
O ministro dos Transportes apresentou preocupação com a qualidade das rodovias públicas do Brasil. Dados de pesquisa da Confederação Nacional do Transporte (CNT) apontam que 66% das malhas estaduais ou federais estão com ruim ou péssima por usuários e apresentam problemas. O próprio Departamento Nacional de Infraestrutura de Transportes (DNIT) aponta que as rodovias ruins ou péssimas passaram de 12% para 23% entre 2016 e 2022.
De acordo com ele, isso aconteceu por falta de investimento público, já que 96% das rodovias federais têm contrato de manutenção, o que falta é recurso para que ações sejam feitas. Com a recomposição do orçamento da pasta em 2023, que vai ser de R$ 18,8 bilhões, o ministro acredita que será possível recuperar as rodovias do Brasil.
Como parte das ações recuperação, o DNIT deve começar o Programa Avança BR (nome ainda provisório), que visa recuperar malha rodoviária pavimentada classificada como ruim ou péssima – que representam 13,9 mil quilômetros – além de sinalizar e recuperar pontes e viadutos
O ministro destacou o uso do iPave, um veículo capaz de diagnosticar a “saúde” do pavimento, que será usado para ajudar no planejamento das revitalizações. Com ele, a capacidade de avaliação de rodovias do DNIT sobe de 70 quilômetros por dia para 400 quilômetros.