Redação – 26.01.2023 – Eletronuclear já buscou recursos para também estender a vida útil de Angra 1, algo que se tornou tendência global
O governo da Eslovênia concedeu licença ambiental para estender a vida útil da usina nuclear Krsko – de tecnologia Westinghouse, a mesma utilizada em Angra 1 – de 40 para 60 anos. Assim, a planta, que conta com um reator de 688 MW, pode operar até 2043. O anúncio foi feito em 13 de janeiro pelo Ministério do Meio Ambiente e Planejamento Espacial esloveno.
A Eletronuclear também está em busca de estender a vida útil da Angra 1 em mais 20 anos, até 2044. Dessa forma, a usina teria uma vida útil de quase 60 anos, já que entrou em operação comercial em 1985. A unidade fica localizada – juntamente com Angra 2 e Angra 3, cujas obras foram retomadas em novembro – na Central Nuclear Almirante Álvaro Alberto (CNAAA), em Angra dos Reis (RJ).
Há pouco tempo, a Eletronuclear recebeu parcela de US$ 12,99 milhões de financiamento internacional obtido junto ao Santander para o Programa de Extensão da Vida Útil de Angra 1. A operação tem garantia do US Exim Bank – agência de créditos oficial do governo dos EUA – e contragarantia da Eletrobras.
O montante vai reembolsar gastos já realizados pela empresa no âmbito do Engineering Multiplier Program (EMP), programa que engloba estudos de viabilidade e serviços de pré-engenharia, design e meio ambiente. O valor total do financiamento contratado é de US$ 22,26 milhões.
Extensão da vida útil de usinas nucleares
O movimento segue uma tendência global. Recentemente, a Bélgica chegou a um acordo com a concessionária de energia francesa Engie para prolongar em dez anos o tempo de operação de dois dos seus reatores, revertendo a decisão de colocar um ponto final à energia nuclear no país até 2025. A medida foi motivada pela crise energética ocorrida em razão da guerra na Ucrânia.
Por sua vez, os Estados Unidos já estenderam a vida útil de mais de 70 usinas nucleares; na maioria dos casos, de 40 para 60 anos. No entanto, o país já iniciou estudos para ampliar o tempo de operação dessas plantas para 80 anos. França e República Checa, entre outras nações, também já realizaram o prolongamento da vida útil de reatores nucleares.