Infraestrutura verde como forma de combater alagamentos

Redação – 07.02.2023 – Corredores verdes e azuis, descanalização de rios, telhados verdes e jardins de chuvas são algumas formas de intervenções que especialista indica  Nos meses de verão é comum a ocorrência de dias muito quentes seguidos de chuvas intensas, com níveis pluviométricos altíssimos. Com isso, não é difícil verificar alagamentos e inundações nas […]

Por Redação

em 7 de Fevereiro de 2023
Redação – 07.02.2023 – Corredores verdes e azuis, descanalização de rios, telhados verdes e jardins de chuvas são algumas formas de intervenções que especialista indica 

Nos meses de verão é comum a ocorrência de dias muito quentes seguidos de chuvas intensas, com níveis pluviométricos altíssimos. Com isso, não é difícil verificar alagamentos e inundações nas grandes cidades. Mas há algumas soluções arquitetônicas e urbanas que podem auxiliar na melhoria da qualidade de vida das pessoas, com intervenções na infraestrutura e no suporte nessas situações, como a infraestrutura verde. 

Adriane Savi é coordenadora do Architecture Experience Program (AEP), curso de Arquitetura e Urbanismo integral da FAE Centro Universitário, explica que é importante “pensar” a cidade a partir de soluções baseadas na natureza. A infraestrutura verde contribui para uma cidade mais sustentável e saudável, e essas soluções podem trazer algo tão importante quanto a sustentabilidade: a segurança dos seus moradores em várias esferas da vida. 

A criação de corredores verdes e azuis, por exemplo, podem ajudar nessa gestão das chuvas. Os corredores verdes conectam as áreas verdes da cidade, por meio de paisagismo, ampliando a região permeável. “O que gera benefíciospara a fauna, que consegue circular melhor nesses caminhos. Além disso, há a melhora do microclima local, pois com o corredor verde você passa a ter mais áreas permeáveis e o processo de evapotranspiração acaba mexendo no ciclo hídrico, auxiliando na retenção de boa parte dessa água, além, claro, de criar parques lineares para a população”, explica a professora.  

Já os corredores azuis estão relacionados à descanalização dos rios e revitalização dessas áreas. Ela explica que, quando os rios são criados, há um nível de permeabilidade do solo diferente para cada local. “Com o crescimento das cidades e dos centros urbanos, há uma mudança nesses níveis, passamos a ter prejuízos nas absorções de água e as galerias de água pluvial ficam saturadas”, explica.  

Exemplos de ações 

Em Curitiba (PR), Adriane esclarece que a descanalização do rio Belém, por exemplo, com a criação de uma área permeável, poderia representar um grande passo para a solução desses alagamentos. Segundo a professora, não se trata de uma obra simples e barata, mas representaria algo grandioso em termos de solução biofílica. 

“Sem falar que entregaria para a cidade um parque linear em uma região muito adensada”, completa ela. Em Curitiba também não se pode deixar de mencionar as áreas de parques, especialmente o Parque Barigui, que tem a função de contenção de cheias. No entanto, não é suficiente se a cidade pretende continuar crescendo. “Precisamos pensar em mais áreas de amortecimento nesse sentido, levando em conta a topografia e geografia desses terrenos para fazer algumas inserções que de fato atendam às demandas atuais das cidades”. 

Mais um caminho possível é a aplicação de soluções de infraestrutura verde, que utiliza elementos da natureza para resolver questões de infraestrutura. Um exemplo é a criação de jardins de chuva, que têm a função de reter essa água e tornar a infiltração mais lenta ‒ uma solução mais simples. 

“Precisamos renaturalizar as nossas cidades para de fato pensar em cidades mais resilientes com relação às questões climáticas. Se não fizermos isso, traremos soluções paliativas, ou seja, faço engordamento do meu sistema de água pluvial e daqui a pouco ele passa a não dar conta.”