Redação – 13.02.2023 – Segundo estudo da Deloitte, valor será alcançado até 2030; investimento das empresas do setor em tecnologia devem aumentar em 10%
Os três setores que compõem a cadeia de construção (infraestrutura, infraestrutura de base e construção civil e incorporação imobiliária) devem somar investimentos da ordem de R$ 2,7 trilhões até 2030. O dado é do estudo Produtividade e Oportunidades para a Cadeia da Construção Civil, elaborado pela Deloitte e divulgado pela Associação Brasileira de Incorporadoras Imobiliárias (Abrainc). O trabalho prevê que, deste montante, R$ 312,8 bilhões devem vir diretamente das obras de construção e incorporação imobiliária.
O estudo mostra que os novos investimentos serão construídos a partir de uma interface cada vez mais alinhada às novas tecnologias, com os primeiros reflexos já aparecendo. Atualmente, 38% das empresas do setor da construção e incorporação investem em parcerias com startups e 83% delas têm colaboração com as construtechs. Neste caminho sem volta, as empresas do setor ainda devem aumentar em 10% os investimentos em tecnologia.
Durante a apresentação do estudo, o diretor de pesquisa e inteligência da Deloitte, Giovanni Cordeiro, destacou que o setor caminha cada vez mais na vanguarda tecnológica. “Nos últimos anos, foram registrados grandes avanços no campo tecnológico com a busca de parcerias junto a empresas de tecnologias como startups e construtechs”, destacou.
Um outro destaque do estudo foi a constatação do aumento da escolaridade dos profissionais da construção civil. Para manter os ganhos de produtividade e estimular novos investimentos, o setor deve adotar cada vez mais métodos e parâmetros ao mensurar seus ganhos de eficiência.
Desafios atuais e do futuro
Após uma análise dos dados da pesquisa para o público, o evento abriu um debate sobre como tornar as cidades mais sustentáveis. Elias de Souza, líder de Infraestrutura, Governo e Serviços Públicos da Deloitte, e Danielle Avila, coordenadora do Centro de Excelência de Infraestrutura e Projetos de Capital da Deloitte, discorreram sobre cidades sustentáveis e resilientes.
A dupla destacou que a pandemia da covid-19 impôs uma série de desafios aos municípios brasileiros e que eles não podem ser solucionados apenas com adjetivos como “cidade do futuro”. Souza, inclusive, reforçou alguns dos obstáculos: “Temos três matrizes para olhar na cidade: econômica, social e ambiental. Acordamos com a pandemia para ver que temos um problema de urbanização, porque a população está vindo cada vez mais para a cidade e precisamos estar preparados para isto”, afirmou.
Também foi destacado como incorporadoras e construtoras podem atender às demandas dos clientes mais jovens, que ainda desejam ter uma moradia. No entanto, o que ele busca é ter independência financeira e profissional antes da aquisição do seu primeiro imóvel. “Isto quer dizer que a decisão vai ser um pouco mais tardia para estas novas gerações, o que faz com que sigam alugando um imóvel, e tende a criar um novo mercado”, disse Souza.
A expectativa é a criação de um novo mercado para os empreendedores imobiliários, como a criação de grandes espaços para locações.