Tatiana Fasolari* – 21.03.2023 –
A construção civil é responsável por cerca de 38% de todas as emissões de dióxido de carbono, segundo a Organização das Nações Unidas (ONU). Com isso, o setor vem trabalhando em novas alternativas para a realização de obras com produtos mais ecológicos e biodegradáveis.
O uso excessivo do cimento causa graves danos no meio ambiente e na sociedade a longo prazo. A produção é responsável por grande quantidade de emissões de gases de efeito estufa, além de degradar o solo e gerar resíduos tóxicos. Todos esses gases nocivos ao planeta são convertidos em carbono equivalente, a saber: dióxido de carbono, metano, hexafluoreto de enxofre, perfluorcarbonetos, óxido nitroso e hidrofluorcarboneto. Acrescentar
As infraestruturas temporárias são uma solução mais amigável e econômica para o meio ambiente. Esse tipo de solução é extremamente sustentável porque garante a reutilização de praticamente todo material, redução de custo na construção e principalmente na manutenção. O grande desafio deste modelo de negócio é contar com empresas capazes de executar estes projetos dentro dos prazos estipulados, que normalmente são extremamente curtos.
Outra inovação sustentável para o setor é o bioconcreto. Produzido a partir de bactérias que se desenvolvem em cápsulas biodegradáveis, representa grande evolução nas construções. Entre outras vantagens, a tecnologia tem a capacidade de auto reparar fissuras. Isso acontece a partir do calcário produzido no processo de digestão de oxigênio e lactato de cálcio por parte das bactérias presentes nas estruturas.
A madeira engenheirada também se adapta à agenda ESG. Diferente de outros materiais, a madeira é renovável e consegue captar carbono da atmosfera, auxiliando na redução do efeito estufa. O material é uma alternativa viável, sustentável e econômica para o mercado da construção civil no Brasil. As construções que usam madeira engenheirada são mais limpas, rápidas, leves e sustentáveis. Outro tipo de madeira que está ganhando mercado nos projetos arquitetônicos é a madeira plástica, o Brasil ainda caminha para novas soluções enquanto EUA e Europa já utilizam este material em mais de 80% das construções.
A adaptação à agenda ecológica não é um processo rápido em nenhuma área, muito menos na construção civil. As expectativas e metas sustentáveis continuarão a crescer e as empresas serão cada vez mais cobradas com relação às suas práticas.
*Tatiana Fasolari é vice-presidente da Fast Engenharia, empresa de overlays.