Redação – 10.05.2023 – brapch está de olho em medidas, que podem abrir mercado para PCHs e CGHs
O estado do Paraná prepara uma série de medidas para criar uma política integrada de fomento à produção, pesquisa e uso do hidrogênio verde, desenvolvido a partir de energia renovável. O pacote foi anunciado pelo governador Ratinho Junior durante o 1º Fórum de Hidrogênio Renovável (H2) do Paraná, realizado na última quarta-feira (3/5).
O governo estadual diz ter condições de liderar este processo e ser um grande fornecedor de energia para Europa e outros países. Como vantagens, o estado possui uma bacia hidrográfica a partir do Rio Paraná, que abastece o reservatório da Itaipu Binacional, garantindo o necessário para produzir hidrogênio verde: água e energia renovável.
Dentro do pacote de medidas, anunciado pelo governo paranaense, estão a criação do Programa de Energia Verde no Paraná; a desoneração tributária da cadeia produtiva do insumo; linhas de crédito para fomentar investimentos no setor; a resolução que cria o Descomplica H2R, estabelecendo critérios mais simples para licenciamento ambiental para a produção do combustível; e a sanção da lei que cria a Política Estadual do Hidrogênio Renovável, aprovado pelos deputados na Assembleia Legislativa.
Abrapch na produção de hidrogênio renovável
Quem está de olho nessa nova política estadual é a Associação Brasileira de Pequenas Centrais Hidrelétricas e Centrais Geradoras Hidrelétricas (Abrapch). Ademar Cury, vice-presidente da entidade, destaca que as usinas podem ser grandes aliadas dos novos projetos.
O Paraná é um dos estados que mais licenciou Pequenas Centrais Hidrelétricas (PCHs) e Centrais Geradoras Hidráulicas (CGHs). Em apenas três anos, foram emitidas 127 licenças ambientais para construção de 33 empreendimentos que representam investimentos de R$ 2 bilhões.
“As PCHs e CGHs poderiam auxiliar nesta produção. Energia limpa para produzir hidrogênio verde. É uma nova alternativa que pode ajudar a resolver a crise energética mundial. Vai levar algum tempo para o hidrogênio renovável ser produzido de forma massiva, mas é o caminho do futuro”, destaca Cury.
Segundo o presidente do Conselho Administrativo da Abrapch, Pedro Dias, as PCHs e CGHs têm todas as condições para entrar neste novo ciclo. A questão é o custo-benefício para as usinas. “A Abrapch começa a analisar a possibilidade com os seus associados, fazendo uma análise econômica e levando em consideração os incentivos anunciados no Paraná. A partir disso será possível vislumbrar a possibilidade de não ser só o apoio às fontes renováveis no contexto da manutenção da rede, mas também de gerar diretamente hidrogênio”, destacou Pedro Dias.
A Abrapch entende que as hidrelétricas devem ser a fonte de energia de segurança deste novo modelo de hidrogênio, já que as eólicas e solares são fontes intermitentes. “As PCHs e CGHs podem manter o sistema de produção de hidrogênio verde, enquanto as fontes intermitentes podem transformar o hidrogênio na sua bateria”, aponta Dias.