Redução – 31.08.2023 – Ainda que não haja um killer app, Vivo e TIM mostram suas estratégias para ter ROI em redes 5G
Durante o 5G Brasil Summit, evento online realizado hoje (30/8) pela consultoria Teleco, os executivos de rede das principais operadoras móveis do Brasil explicaram como enxergam seus investimentos na quinta geração da banda larga móvel. Um tema principal foi o fatiamento de rede, que pode proporcionar melhor gestão de tráfego e trazer retorno para as operadoras.
Celso Fernando Valério, gerente senior de Tecnologia de Redes da Vivo, primeiro explicou que não há um killer app, ou seja, a aplicação que vai garantir o retorno dos investimentos na rede. Ele aposta mais na criação de uma gama de serviços para os usuários, como streaming ao vivo, realidade virtual (VR) e aumentada (AR), Internet das Coisas Industrial (IIoT) e o FWA.
O desafio é fazer a base instalada de smartphones atualizarem para 5G, o que vem ocorrendo lentamente ao Brasil devido ao aumento dos preços ocasionado pela inflação no último ano. Além disso, a Vivo busca em parcerias desenvolver aplicações e modelos de negócio para aproveitar a nova banda.
Até lá, ele enxerga que o fatiamento de redes é o caso de uso mais interessante para rentabilizar o 5G. Um exemplo é o que ocorreu durante a Parada LGBT+ de 2023 realizada em São Paulo, em que ele disse que o fatiamento de rede permitiu o upload necessário para transmitir o evento online sem impactar os demais usuários.
Além disso, Valério diz que o mercado B2B deve puxar mais o retorno financeiro do que o consumidor final, pelo menos nesse primeiro momento. Segundo ele, é preciso gerar a receita para permitir mais investimentos na rede.
TIM acelera implantação
Atila Xavier, diretor de Arquitetura e Evolução Tecnológica da TIM Brasil, diz que a operadora acredita muito no 5G e por isso tem metas muito agressivas de cobertura. A TIM já cobriu todos os bairros de Brasília (DF), Rio de Janeiro (RJ) e São Paulo (SP), implementando o dobro ou mais de antenas que as concorrentes, segundo ele.
Ele diz que a ativação do 5G no País tem sido mais rápida que foi com o 4G e que o Brasil tem a maior rede 5G SA do mundo. Além disso, 67% da população brasileira já está coberta com 5G, segundo ele.
Essa aposta da TIM também se revela no fatiamento de rede que, para ele, é uma opção para garantir a qualidade de serviços em eventos. Ele explica que direcionar o tráfego para aplicações mais críticas em determinado momento é uma forma de garantir o uso da rede para todos, sem afetar a experiência de uso do consumidor.
A TIM também tem realizado casos de uso com redes privativas, conforme apresentou Xavier. A Stellantis, por exemplo, tem usado o 5G SA junto com inteligência artificial e edge computing para controle de qualidade no chão de fábrica. Já a Usina São Martinho, usa o 5G SA e a edge computing para P&D em busca de aumentar a produtividade, complementando a conectividade com o 4G.