Redação – 01.09.2023 – Oferta ganhou destaque com a expansão do 5G, mas nem todo caso de uso precisa de tanta capacidade de banda e baixa latência
Felipe Rangel Bayeux, engenheiro de Prospecção Tecnológica da Claro, explicou no 5G Brasil Summit, evento online realizado ontem (30/8) pela consultoria Teleco, como a Claro trabalha com sua oferta de redes privativas. A operadora, que trabalha em conjunto com a Embratel nesse tipo de solução, cria redes dedicadas dentro do ambiente do cliente.
Segundo Bayeux, muitos clientes buscam mais o acesso à rede móvel dedicada mesmo, às vezes até porque não tem rede disponível no local, como é o caso do agronegócio. Mas a intenção maior, principalmente com as redes privativas de 5G, é permitir tecnologias como Internet das Coisas (IoT), inteligência artificial (IA), big data e soluções correlatas à Indústria 4.0.
“Os investimentos globais em redes privativas vão alcançar US$ 7 bilhões até 2027, segundo números da Analysis Mason. Parece pouco, mas o crescimento é grande em comparação com 2021 (o crescimento médio anual é de 65%)”, disse o engenheiro. Grandes indústrias e o agronegócio são os setores que mais puxam esse investimento.
Ele também explicou que, por ser dedicada, as redes privativas trazem mais flexibilidade e desempenho, além de serem mais seguras e confiáveis. “Elas atingem o máximo de SLA para missão crítica em setores como saúde/telemedicina, utilities e indústrias.”
Bayeux admite, no entanto, que nem sempre é interessante para o cliente investir em uma rede 5G, pois o custo envolve equipamento e licenciamento. Dependendo do caso de uso, a LTE é o bastante para atender o cliente.
Porto de Suape
Um exemplo que o engenheiro da Claro trouxe foi o caso de sucesso no Porto de Suape, em Ipojuca, na Região Metropolitana do Recife (PE). O terminal usa rede privativa 5G para conectar câmeras inteligentes, que são usadas na identificação e monitoramento de entrada e saída de veículos armazenados no atracadouro.
As câmeras conectadas com 5G executavam uma leitura, por meio de Inteligência Artificial, da tag presente em cada um dos carros, coletando o número do chassi. Essa ação possibilitou o registro automático do dado em uma plataforma, que também armazenou o horário de chegada no pátio, a vaga na qual foi estacionado e, depois, quando foi retirado do local, com acompanhamento em tempo real, 24 horas por dia.
A partir disso, os operadores do Porto de Suape passaram a ter uma visão completa do espaço onde a Prova de Conceito foi realizada, tornando as atividades logísticas mais efetivas, pois conseguiam saber exatamente onde estava cada carro em cada momento.