Pesquisa mostra o planejamento de produtores rurais na hora de comprar equipamentos

João Monteiro – 29.02.2024 – A maioria renova a frota entre sete a dez anos e buscam recursos do governo para financiar novas aquisições A pesquisa SAE BRASIL AGRO 2023/2024, realizada pela KPMG com produtores rurais de diferentes portes de todo o País, investigou como eles pensam na hora de investir em equipamentos. Para a […]

Por Redação

em 29 de Fevereiro de 2024
João Monteiro – 29.02.2024 – A maioria renova a frota entre sete a dez anos e buscam recursos do governo para financiar novas aquisições

A pesquisa SAE BRASIL AGRO 2023/2024, realizada pela KPMG com produtores rurais de diferentes portes de todo o País, investigou como eles pensam na hora de investir em equipamentos. Para a maioria, o período ideal para substituir equipamentos está entre sete a dez anos de uso, incluindo tratores e colheitadeiras. O mesmo vale para a troca de implementos.

Esse prolongamento no uso do equipamento pode ser resultado das condições de compra dos produtores. Um quarto deles (27%) usam recursos próprios para adquirir novas máquinas e implementos, enquanto 26% recorrem a fontes públicas de financiamento, fugindo dos bancos privados. Por isso a importância de programas como o Finame e o Plano Safra para o setor.

O “medo” do setor privado como fonte de financiamento é tão grande que os fatores que mais impactam a decisão de renovar a frota, seja para antecipar ou postergar a compra, são os juros de financiamento (25%) e a disponibilidade de crédito (19%). Isso surpreendeu até mesmo os analistas da pesquisa, que esperavam que a perspectiva de preços de commodities fosse o principal fator – mas acabou sendo o terceiro, com 16%.

Ainda sobre aquisição de máquinas, a loja física é a preferência de 67% dos produtores rurais na hora de comprar um novo equipamento. As feiras também ocupam um papel importante, com 19% dos negócios, enquanto a venda online de máquinas agrícolas é uma opção para 10% dos entrevistados. Segundo a pesquisa, o que os afasta é a preferência por uma conversa presencial com os vendedores, já que se trata de um bem de valor elevado.

Sobre os serviços de fabricantes e concessionárias de equipamentos, os produtores dão mais valor à garantia (70%), reposição de peças (67%) e capacitação e treinamento (64%). Os serviços de locação, por outro lado, são pouco utilizados. O que acaba acontecendo é que alguns processos são terceirizados, mas a maior parte ainda é realizado pelo próprio produtor com equipamentos próprios.

Sustentabilidade e outras tendências

Os produtores rurais também compreendem o papel da sustentabilidade em seus negócios, sendo que 41% diz fazer a “gestão dos aspectos socioambientais na nossa operação e junto com os nossos parceiros, assim aumentamos nosso impacto positivo”.

Por outro lado, 42% de todos os respondentes só pagariam mais caro em uma máquina que traga benefício socioambiental se tiver um incentivo financeiro (provavelmente público). Um quarto dos respondentes não está disposto a pagar um valor a mais por um equipamento desse por enquanto. Outros 24% pagariam até 20% a mais em uma máquina “sustentável”.

No tema dos biocombustíveis, a expectativa dos produtores rurais é mais positiva e a maioria acredita em uma expansão moderada deles, principalmente do biodiesel. Já o biometano é encarado como uma opção de nicho para o setor.