Um terço dos produtores rurais não fazem gestão de dados de equipamentos

João Monteiro – 04.03.2024 – Falta de uma padronização do protocolo de comunicação de captura de dados pode ser o motivo para falta de gestão De acordo com a pesquisa SAE BRASIL AGRO 2023/2024, realizada pela KPMG com produtores rurais de diferentes portes de todo o País, a tecnologia está consolidada no agronegócio, principalmente por […]

Por Redação

em 4 de Março de 2024
João Monteiro – 04.03.2024 – Falta de uma padronização do protocolo de comunicação de captura de dados pode ser o motivo para falta de gestão

De acordo com a pesquisa SAE BRASIL AGRO 2023/2024, realizada pela KPMG com produtores rurais de diferentes portes de todo o País, a tecnologia está consolidada no agronegócio, principalmente por ser uma forma de acelerar o crescimento. O problema é que 34% dos entrevistados não fazem gestão dos dados dos equipamentos agrícolas, ou seja, eles não tem a telemetria de suas máquinas, dificultando a manutenção preditiva.

Isso pode acontecer porque ainda não há, entre os fabricantes do setor, uma protocolo de comunicação padrão para captura de dados. É uma demanda de 48% dos produtores de que os sistemas de gestão de dados de equipamentos sejam concentrados numa mesma plataforma. Entre quem já captura dados telemáticos, 24% usam app do fabricante da máquina e outros 24% preferem usar suas ferramentas internas de gestão, como SAP ou Totvs.

As principais tecnologias usadas pelo agronegócio são: GPS (91%); aplicativos para gestão financeira (85%); aplicativos para gestão agronômica (76%); imagens de satélites (75%); e tecnologias de agricultura de precisão (70%). Apenas 45% dos produtores usam sensores e equipamentos remotos e nenhum usa modelos autônomos – aliás, 56% deles já sabem que esse tipo de máquina já está disponível e que sua disseminação vai ocorrer em menos de uma década.

Mais dados da pesquisa

A pesquisa também mostra que a falta de mão de obra capacitada afeta 38% dos produtores rurais. A questão fica acima até do custo da tecnologia (31%) e da falta de conectividade de alta qualidade nas propriedades rurais (18%). Esse último ponto, por sinal, já vem melhorando, sendo que um terço dos produtores já conta com acesso à internet de alta qualidade na sede e em parte da propriedade. Mas 24% têm acesso de qualidade apenas na sede, enquanto 27% só conseguem conexão à Internet de baixa qualidade. Outros 16% são privilegiados: toda a propriedade é coberta com banda larga.

Entre as tendências, 33% dos produtores enxergam que a agricultura de precisão devem trazer bons impactos para o negócio, assim como a adoção de novas tecnologias de automação e eletrificação de equipamentos (27%). Já pelo lado negativo, o que preocupa os entrevistados é que não haverá uma melhora no acesso a soluções de conectividade (40%) e a rapidez da obsolescência da tecnologia (28%).