Redação – 05.04.2024 – Em 2023, o Brasil investiu cerca de 2% do PIB (R$ 213 bilhões) em infraestrutura, valor perto da metade do necessário segundo o Banco Mundial
De acordo com apurações da Câmara Brasileira da Indústria da Construção (CBIC), usando padrões do Banco Mundial e da Associação Brasileira da Infraestrutura e Indústria de Base (ABDIB), o Brasil está muito aquém do investimento necessário em infraestrutura de que necessita. Para o Banco Mundial, o investimento ideal em infraestrutura é de 3,7% do PIB do país ou cerca de R$ 403 bilhões. Já a ABDIB destaca que o recurso para infraestrutura deve chegar a 4,31% do PIB ou quase R$ 470 bilhões, mas a média de investimento do Brasil, no entanto, foi de 1,96% ou R$ 213 bilhões, em 2023.
A conta é simples e mostra que o investimento está longe das referências – R$ 197 bilhões a menos do que recomenda o Banco Mundial e de R$ 258 bilhões com o ideal estimado pela ABDIB. Isso reflete diretamente na economia, caso fossem aplicados esses valores complementares na infraestrutura do Brasil por dez anos.
O investimento de R$ 197 bilhões ao ano adicionaria R$ 58 bilhões à arrecadação tributária do país e resultaria na criação de 915 mil novos postos de trabalho. Já o investimento de R$ 258 bilhões ao ano pelo mesmo período geraria mais de 1,2 milhão de empregos e adicionaria 1,1% do PIB.
O estudo mostrou que o transporte registra a maior distância entre o ideal de investimentos e o montante aplicado no setor. Para o Banco Mundial, o investimento ideal seria de R$ 213 bilhões em transporte. A ABDIB avalia que o ideal é aplicar R$ 246 bilhões. Contudo, o Brasil aplicou apenas R$ 41 bilhões em 2023.
Os R$ 204 bilhões de investimento em transporte ao ano por dez anos, fruto do hiato referenciado pela ABDIB, resultaria em mais de 952 mil novos postos de trabalho gerados e uma arrecadação adicional de R$ 60 bilhões.