João Monteiro – 05.04.2024 – Representantes de construtoras e entidades do setor imobiliário destacaram o potencial da modalidade de financiamento para aumentar as vendas
A opção do FGTS Futuro deve dar mais tração para o mercado imobiliário, que prevê mais vendas de imóveis com essa nova forma de financiamento. Essa foi a conclusão do painel “O Futuro da Habitação e do Mercado Imobiliário”, realizado na quarta-feira (3/4) durante o 98º Encontro Nacional da Indústria da Construção, que ocorre esta semana durante a Feicon 2024, realizada em São Paulo.
O FGTS Futuro é uma nova forma para financiar parte de imóveis. Anunciada pela Caixa Econômica Federal, a modalidade permite que trabalhadores com renda mensal de até R$ 2.640 possam adquirir imóveis novos e usados através do Minha Casa Minha Vida (MCMV) usando o FGTS como caução para diminuir taxas.
Daniela Ferrari, diretora de Relações Institucionais da Tenda, explicou que apenas 30% da renda pode ser comprometida com o financiamento de um imóvel, o que impede muitas vezes do negócio ser fechado. “Com o FGTS Futuro, o comprador tem uma ajuda para chegar mais perto dessa porcentagem e aproveitar mais na hora de fechar o negócio”, disse.
Falta mais financiamento
José Carlos Martins, presidente do Conselho Consultivo da CBIC, também acredita que o FGTS Futuro aumenta capacidade do trabalhador ter um investimento. Ele defende que mais iniciativas como essas devem surgir para acabar com o deficit habitacional, pois o que impede o mercado de entregar mais imóveis é a falta de financiamento. “O mercado de São Paulo vende 75 mil moradias por ano, sendo que 35 mil moradias são do MCMV. Se as pessoas tivessem mais recursos, mais habitações seriam entregues.”
Ricardo Gontijo, CEO na Direcional Engenharia, complementa dizendo que o governo precisa endereçar novas formas de financiar o mercado de habitação, porque o FGTS só não é o bastante. Ele diz que está otimista com a primeira faixa do MCMV, por causa das iniciativas governamentais, mas a expectativa maior está por conta do aumento segmento de renda mais alta, a partir dos R$ 8 mil.
Isso porque, conforme disse Luiz Antonio França, presidente da Abrainc, a expectativa é que faixas mais altas também sejam apoiadas pelo FGTS Futuro. “Medidas governamentais vão ajudar ainda mais o mercado e ao MCMV a crescer. A indústria tem capacidade e poderia produzir ainda mais se o volume de financiamento para pessoas físicas fosse maior”, concluiu.
Como vai funcionar o FGTS Futuro
Previsto para iniciar dia 8 de abril, o FGTS Futuro promete ampliar o poder de compra da faixa 1 do MCMV. Para utilizá-lo o titular da conta deverá autorizar, no ato da contratação do financiamento, o uso dos créditos disponíveis na conta do FGTS como caução por um prazo de 120 meses. A contratação é feita por app e a Caixa informa na hora a capacidade de pagamento para o financiamento, com e sem a utilização dos depósitos futuros.
Quem usar o FGTS Futuro vai bloquear os valores na conta vinculado até que o saldo devedor seja totalmente quitado. Caso o trabalhador seja demitido, ele não poderá sacar o saldo utilizado para o financiamento do imóvel.
